O Ministério Público de Goiás (MP-GO) deflagrou na madrugada desta quarta-feira (20/2) uma operação que apura desvios de recursos públicos na realização de espetáculos musicais no município de Água Fria, Entorno de Brasília, a 340 quilômetros de Goiânia, entre os anos de 2013 e 2014. Estão sendo cumpridos nove mandados de prisão e dez de busca e apreensão. Entre os presos estão o ex-prefeito da cidade João de Deus Silva Carvalho e o vereador Roberto Márcio Morais de Castro, além de servidores públicos e empresários, suspeitos de desviar mais de meio milhão de reais.
Segundo informações do Ministério Público, a ação, que foi batizada de Operação Show de Horrores, é coordenada pelo promotor de Justiça Rafael Simonetti, com apoio do Centro de Inteligência do MP-GO e das polícias Civil e Militar. O Centro de Inteligência do MPDFT também prestou apoio à operação.
O nome da operação, Show de Horrores, foi escolhido em razão das investigações terem apontado que membros da administração municipal à época (2013 e 2014), integram um esquema que realizava desvios de recursos públicos na realização de espetáculos musicais na cidade. Conforme o promotor Rafael Simonetti, a quadrilha teria desviado mais de 500 mil reais.
Procurada pela reportagem do Dia Online, a Prefeitura Municipal de Água Fria disse que por enquanto não vai se manifestar sobre a operação.
Ex-prefeito João de Deus, de Água Fria, já foi preso em outra ocasião
Essa não é a primeira vez que o ex-prefeito de Água Fria, João de Deus, é preso por suspeita de desviar recursos públicos. No dia 21/02 do ano passado, João de Deus foi preso na “Operação Cheque-Mate”, deflagrada pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de Goiás. Segundo a investigação, ele era suspeito de integrar uma quadrilha que desviava recursos da prefeitura de Água Fria de Goiás em 2015, quando era prefeito do município.
João de Deus, dois ex-secretários de Finanças e um contador do município tiveram, na ocasião, a prisão temporária decretada pelo juiz Carlos Gustavo Fernandes de Moraes, da 1ª Vara Criminal de Planaltina.
Iniciadas em 2015, as investigações apontaram que a Secretaria de Finanças de Água Fria estava sendo utilizada pelos ex-secretários da pasta para a prática de fraudes. Eles emitiam cheques em nome de um servidor, sem o seu conhecimento, com recursos do município.
A suspeita era de que a quadrilha forjava contratos de prestação de serviços e emitia cheques com base nos valores dos contratos, utilizando, para isso, um servidor da prefeitura como “laranja”, o que possibilitava que os valores obtidos com a compensação dos cheques fossem apropriados por eles.
A reportagem do Dia Online não conseguiu contato com a defesa do ex-prefeito João de Deus.