Um casal do Distrito federal é investigado suspeito de matar uma cadela a facadas, como forma de oferenda para passar em um processo seletivo e conseguir uma promoção no emprego. O animal foi encontrado, já sem vida, por uma equipe da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) que fazia ronda próximo a casa dos homens. O caso ocorreu na noite do último domingo (20/1).
De acordo com as investigações, o crime ocorreu dentro da residência do casal. Os policiais, ao passarem pela rua, viram o animal na calçada, junto a um homem que estava com as roupas sujas de sangue. Ao ser abordado, ele disse aos PMs que a cadela havia sido atropelada. A versão não convenceu a equipe, já que o interior da casa também estava sujo com manchas de sangue.
Próximo a casinha da cadela, autor pede em carta para passar em processo seletivo
Na casa foi encontrada uma carta dedicada a um senhor da Umbanda, pedindo para ser selecionado em um processo seletivo que garantiria uma promoção de cargo no trabalho. “Peço que abra os nossos caminhos e tire qualquer obstáculo aos nossos projetos, que possamos aumentar os nossos ganhos e superar a crise financeira”, dizia parte do texto.
Além disso, os policiais militares encontraram ainda uma tigela de sangue dentro da casinha da cadela. As investigações apontam que a carta foi escrita pelo companheiro do homem, de 27 anos, abordado pela polícia, que é servidor do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e que confessou a autoria do crime. Os homens, que estão juntos dede 2016, assinaram um termo de compromisso na delegacia e foram liberados.
Umbanda diz não aceitar sacrifício de cães
Ao Correio Braziliense, o representante da Umbanda Ògan Luiz Alves, diz que sacrifício de cães como forma de oferenda não é uma prática aceita nas religiões de matrizes africanas. “A umbanda não sacraliza animais, assim como Exu Tiriri não pede cachorro. Enquanto afrorreligioso, desconheço totalmente a prática. Se uma pessoa corta um cão, faz isso por conta e responsabilidade dela. Até porque, nas religiões de matrizes africanas no Brasil, apenas se sacraliza se o animal nos servir como alimento. Além disso, o cachorro é respeitado por ser consagrado a Ogum e a Omolú”, explica.