Fora do abrigo no Cabo Santo Agostinho, em Pernambuco, Edson Alberto Queiroz da Silva, conhecido como Edy de Jesus, era pastor. Dentro da instituição utilizada para internação para tratamento de dependência química do sexo feminino, ele era conhecido por agredir, torturar e abusar sexualmente de mulheres e adolescentes.
Edy de Jesus foi preso na última quarta-feira (16/1). Para a delegada Natasha Dolci, titular da delegacia do município e responsável pela investigação do caso, ele confessou ter engravidado uma adolescente de 17 anos.
Além da jovem, ele manteve relações sexuais com uma menor de idade, conforme ouviu de vítimas a delegada.
“Sabemos que uma menina de 17 anos está gravida dele, com quatro meses de gestação. Segundo ele, a relação seria consensual. Ele diz que conhece a família dela há 20 anos e que ela tinha um namorado, mas eles acabaram se relacionando e ela engravidou. Achamos estranho porque as outras vítimas disseram que ele a tratava como uma filha e, ainda assim, a engravidou”, disse a delegada ao G1 PE.
Até agora, a Polícia Civil ouviu pelo menos doze vítimas, das quais nove mulheres e três crianças. Todas contaram terem ciência de agressões sofridas ou presenciadas no abrigo denominado Centro Pentecostal Jovem Resgate, em Engenho Novo, na área rural do Cabo.
O local, que funciona, segundo a PC, há quatro anos, não tinha alvará de funcionamento, ou seja, condições para receber crianças, adolescentes e mulheres para tratamento.
Edy de Jesus nega que tenha torturado com cobra, mas reconhece que elas existiam
Para a polícia, o suspeito negou ter usado as cobras para torturar as vítimas e disse que soltou os animais na segunda-feira (14)/1, antes da denúncia. Para a delegada, contudo, testemunhas contaram que as cobras foram libertas em matagais na terça-feira (15/1), quando as 12 pessoas vítimas foram libertadas do cativeiro.
Segundo a Polícia Civil, também foi encontrado no abrigo outro viveiro onde o pastor criava sapos e rãs.