A PM e bombeiros de Goiás não estão nada satisfeitos com a possibilidade de não receberam do Estado. A Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado de Goiás (ACS) publicou um comunicado, na noite da última segunda-feira (7/1), em que avisa que os militares podem se mobilizar e fazer uma paralisação caso não recebam o salário referente ao mês de dezembro até o dia 10/1. Presidente da Associação diz, no comunicado, que “policiais e bombeiros não vão pagar o preço de situação financeira herdada por quem assumiu o cargo [Governo de Goiás]”.
No texto divulgado pela ACS, o Sargento Gilberto Cândido de Lima, que preside a entidade de policiais e bombeiros militares de Goiás, salienta que a associação é “frontalmente contra a intenção do governador Ronaldo Caiado que propôs parcelar, em até oito vezes, o salário do mês de dezembro das duas corporações”. O sargento ainda lembrou que “uma das principais promessas de campanha do recém-empossado Governador era a manutenção do pagamento da folha em dia”, e o mesmo já sinaliza que isso pode não ocorrer.
“Ele mal assumiu e já quer descumprir uma de suas principais propostas de campanha”, protesta o sargento, no texto publicado no site oficial da ACS.
Ainda de acordo com o comunicado, Gilberto Cândido, que representa mais de seis mil associados, entre ativos e inativos, diz que vai aguardar até o dia dez deste mês pela quitação integral dos salários, caso contrário vai mobilizar a tropa para forçar o Governo a cumprir com sua obrigação. “Há mais de vinte anos nossos salários são pagos em dia, dentro do mês trabalhado. Nossos policiais e bombeiros não vão pagar o preço de situação financeira herdada por quem assumiu o cargo. Trabalhamos honestamente e precisamos receber”.
O presidente da ACS ainda critica o fato de outras categorias do serviço público estadual ter recebido ou terem garantia de que vão receber até dia dez e os policiais e bombeiros ficarem de fora. “Outros servidores vão receber o salário de uma vez, como os da Assembleia Legislativa e do Poder Judiciário, e os policiais e bombeiros vão ficar de fora. Não aceitamos isso. Se até o dia dez não nos pagar vamos convocar uma assembleia geral e vamos paralisar nossas atividades”, afirma.
O sargento e presidente da ACS finaliza alertando que “a Associação dos Cabos e Soldados não vai aceitar que seus associados e os demais policiais e bombeiros fiquem sem receber”. “Se houver necessidade de fazer uma paralisação, vou convocar uma assembleia geral e vamos estar todos juntos. Tenho certeza que terei apoio de todas as Praças. A responsabilidade pelo atraso no pagamento não é nossa, mas vamos cobrar com todas as forças o cumprimento dessa obrigação”, finalizou.
Sobre ameaça de paralisação da PM e bombeiros de Goiás, Sefaz diz que ainda não tem posicionamento do Governo
A reportagem do Dia Online entrou em contato com a Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás (Sefaz), que disse, por meio de sua assessoria, que ainda não tem um posicionamento sobre o pagamento dos salários.
A assessoria disse, ainda, que a secretaria, Cristiane Schmidt , estava em Brasília em reunião com pessoal do Tesouro Nacional, e prometeu, em breve, uma nota com respostas às demandas.
Entretanto, em entrevista depois da cerimônia de posse, ocorrida no dia 1/1, o vice-governador de Goiás, Lincoln Tejota (Pros) falou sobre a situação das contas do Estado e do impasse do pagamento dos servidores estaduais relativo ao mês de dezembro. De acordo com Tejota, o governo anterior deixou “um rombo” nas contas públicas, e que o atual governo, de Ronaldo Caiado, pagará o funcionalismo público “no momento oportuno, quando tiver caixa”.
Sindicatos se reuniram com governador Ronaldo Caiado para falar sobre a situação
Representantes de vários sindicatos de servidores públicos estaduais se reuniram na tarde da última quinta-feira (3/12) com o governador do Estado de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e a secretária de Economia, Cristiane Alkmin Junqueira Schmidt e deputados estaduais para discutir a questão do pagamento dos salários referentes ao mês de dezembro de 2018. Na reunião, que ocorreu no Palácio Pedro Ludovico, foi proposto aos líderes dos sindicatos um parcelamento para para pagamentos dos atrasados, proposta essa rejeitada por eles.
Uma nova reunião foi marcada para o dia 17 deste mês. Segundo Caiado, Zé Eliton, ex-governador do Estado, deixou dívida de 3,4 bilhões de reais e 11 milhões em caixa, o que estaria dificultando o pagamento da folha dos servidores.