Os Jogos Olímpicos de 2016 impediram que a economia do Rio afundasse ainda mais durante a recessão. O Produto Interno Bruto (PIB) municipal per capita da Cidade Maravilhosa teria sido 7,5% menor, na média de 2012 a 2015, não fosse o fato de o Rio ter sediado o evento esportivo, aponta estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta segunda-feira, 7.
Conforme o estudo, o PIB municipal per capita do Rio, que ficou em R$ 49,4 mil ao ano, na média de 2012 a 2015, foi aumentado em R$ 3,7 mil ao ano por causa de intervenções relacionadas aos Jogos Olímpicos. O investimento total nos Jogos Olímpicos, conforme dados oficiais, foi de R$ 39 bilhões, concentrados majoritariamente nos quatro anos anteriores ao evento.
Os autores do estudo destacaram que houve uma guinada no cenário econômico ao longo da preparação do Rio para os jogos. O Rio se candidatou como sede em 2007 e foi escolhido em 2009, período em que as perspectivas econômicas eram positivas, a despeito da crise internacional de 2008. De 2011 em diante, o crescimento desacelerou, a inflação subiu e a economia entrou em recessão a partir de 2014.
O texto publicado nesta segunda-feira pelo Ipea destaca que os Jogos Olímpicos do Rio aconteceram “em meio a uma intensa crise e uma turbulência econômica, política e fiscal” em todo o País. “Os Jogos Rio 2016 atuaram então na contramão da crise, atenuando e retardando seus impactos na economia da cidade”, diz o relatório do estudo do Ipea.
Nos cálculos do Ipea, sem a Olimpíada, com o PIB per capita 7,5% menor, a atividade econômica do Rio “teria regredido aos níveis de 2007”. “Os jogos mantiveram o PIB per capita da cidade, no mínimo, no patamar de 2012, início dos investimentos da fase de preparação”, diz o relatório.