Preso há duas semanas, o médium João de Deus não terá jantar especial de Ano Novo no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Assim como no Natal, ele fará uma refeição normal como os outros quatro detentos com quem divide cela. Segundo a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), os presos devem jantar, às 18h, arroz, feijão, salada, carne e sobremesa – fruta ou algum tipo de doce.
João de Deus está preso há duas semanas
Investigado por centenas de crimes sexuais, João Teixeira de Farias, de 76 anos, se entregou à Polícia Civil de Goiás (PCGO) no dia 16 de dezembro, em Abadiânia. O médium já foi indiciado por violação sexual mediante fraude. De acordo com o inquérito, concluído e apresentado ao Poder Judiciário, o crime, registrado em outubro deste ano, foi cometido contra uma fiel na Casa Dom Inácio de Loyola.
No último dia 28, João de Deus, que nega todas as acusações, também foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) por violação sexual e estupro de vulnerável. A polícia trabalha em outros oito inquéritos contra o religioso.
João de Deus tem prisão por posse ilegal de arma de fogo suspensa
Também investigado por posse ilegal de arma de fogo após mandados de busca e apreensão encontrarem armas em suas residências, além de malas de dinheiro e pedras preciosas, João de Deus teve a prisão por posse ilegal de arma de fogo suspensa, em caráter liminar, pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).
Sob condição de pagamento de fiança de R$ 1 milhão, uso de monitoramento eletrônico e “se por outro motivo não estiver preso”, ele pode responder o processo em prisão domiciliar. A decisão foi do juiz plantonista Wilson Safatle Faiad. Mesmo com a decisão, o médium continua preso preventivamente no Núcleo de Custódia.
A defesa entrou com pedido de habeas corpus junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). O recurso está nas mãos do ministro Dias Toffoli desde o dia 20 de dezembro e ainda não foi julgado. Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), atuará nesse processo. A estratégia da defesa é reforçar que a prisão é desnecessária devido a idade e condições de saúde do religioso.