O futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, apresentou as prioridades de sua Pasta nos primeiros cem dias de gestão, nesta sexta-feira, 28. Uma delas será um “choque de gestão” em seis hospitais e três institutos federais da cidade do Rio de Janeiro.
“Esses hospitais federais precisam ser integrados, tomar um choque de gestão, melhorar a questão da compra conjunta. Na parte de atendimento hospitalar, a rede federal no Rio de Janeiro vem passando por inúmeros problemas, então a gente deve entrar numa agenda com a agenda hospitalar do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro”, afirmou no CCBB, sede do governo de transição em Brasília. Por “choque de gestão”, ele exemplificou a unificação de compras e revisão de contratos.
Os hospitais federais do Rio de Janeiro são o de Ipanema, Bonsucesso, Lagoa, Andaraí, Cardoso Fontes e Servidores do Estado. Os institutos são os do Câncer, Cardiologia e Traumatologia e Ortopedia.
Questionado sobre o motivo para começar pelo Rio de Janeiro, ele contou que foi porque a gestão desses hospitais e institutos depende diretamente da União. “Para chegar no Brasil como um todo, o SUS se articula com Estados e municípios através do tripartite. Ali posso travar uma grande discussão com eles para melhorar a performance na ponta”, afirmou.
A crise na saúde pública no Rio de Janeiro ganhou notoriedade nacional, seja por casos em que pessoas morrem na fila de espera, ou escândalos de corrupção, como o do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, que foi alvo da Operação Fatura Exposta da Polícia Federal. O próprio ministro citou corrupção como um dos exemplos para a escolha da agenda.
Segundo Mandetta, o ministério vai trabalhar em três eixos principais: o primeiro é socorrer os hospitais e institutos federais cariocas; o segundo, atuar na saúde básica em Roraima; e o terceiro, promover uma estratégia de saúde da família em algum Estado ainda não selecionado.
No caso de Rondônia, é um “ponto dramático”, nas palavras dele, “porque mostra muito a falência da atenção básica, principalmente na área de vigilância e saúde”. A migração do venezuelanos trouxe doenças como sarampo e encontrou uma população pouco vacinada, afirmou Mandetta. “Vamos ter que chegar até lá e fazer o rearranjo do impacto dessa grande diáspora venezuelana através do território brasileiro.”
Sobre o terceiro eixo de atuação, ele não entrou em detalhes. Se limitou a dizer que o foco será uma estratégia para atenção básica e saúde da família, em um Estado que ainda não definiram.
O futuro ministro da Saúde foi o primeiro a detalhar a pauta prioritária para os 100 primeiros dias de governo, como determinou a agenda apresentada na quinta-feira, por Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, para a primeira reunião ministerial do governo empossado.