As semelhanças nominais e físicas com um piloto que agrediu a namorada em Goiânia, fizeram com que Victor Junqueira, morador de Campinas, São Paulo, sofresse as consequências de um verdadeiro linchamento online. O homem, que possui o mesmo nome do agressor e, sem uma análise minuciosa, o lembra fisicamente, relatou em suas redes sociais que, desde que um vídeo que registrou a agressão passou a circular, vem sendo confundido com o homem e recebido diversas mensagens de xingamentos, ofensas e até ameaças de morte.
No vídeo (feito por uma câmera escondida colocada pela mulher) que explodiu nas redes sociais e foi veiculado por diversos meios de comunicação, é possível ver os momentos chocantes em que Victor Junqueira, piloto e filho do ex-prefeito de Anápolis, Eurípedes Junqueira, agride a namorada, que é advogada, com vários tapas no rosto, socos na cabeça e tentativas de estrangulamento.
O caso ganhou repercussão e gerou tamanha revolta que várias pessoas buscaram pelo perfil do agressor nas redes sociais. Todo a indignação da internet foi direcionada para Victor, mas não o piloto que agrediu a namorada, mas o outro Victor Junqueira, morador de São Paulo.
Ao que tudo indica, o agressor apagou sua conta pessoal no Facebook após a repercussão do vídeo. Agora, o resultado das buscas na rede social traz o perfil de um Victor Junqueira que só ficou sabendo do caso quando passou a receber ofensas e até ameaças de morte de desconhecidos. Este vive na cidade de Campinas, em São Paulo, e ficou surpreso e assustado com as mensagens que passou a receber sem explicação alguma.
Numa das mensagens, printadas e postadas pelo Victor paulista em seu perfil pessoal, ele e sua família são explicitamente ameaçados. “Valentão filho da put*, quero ver vc tentar a sorte de vir bater em alguém por aqui” diz uma mensagem. “Seu covarde desgraçado, é bom vc ficar bem esperto”, ameaça outra. Um homem chega a dizer que com ele “será surra até a morte” e que ele e sua mãe iriam “rodar”.
Já em outra, um homem que se identifica como sargento chega a ameaçar Victor. Veja abaixo:
Homem confundido com piloto que agrediu namorada em Goiânia fez desabafo pelas redes sociais
Junto com os prints das mensagens de ódio que recebeu, Victor fez um desabafo. Ele se diz triste com a situação, e afirma ainda que não é “esse tipo de cara que bate em mulher ou algo do tipo”, e que “nem sabia da existência desse vídeo” antes de ser avisado por amigos.
Confira na íntegra o post feito pelo rapaz:
“Muito triste como as pessoas ainda não sabem utilizar a tecnologia da internet para o bem comum. Recebi diversas mensagens de pessoas me xingando, me jurando de morte, ameaçando minha família, sem ao menos buscar a verdade. Graças a Deus eu não sou esse tipo de cara que bate em mulher ou algo do tipo e eu nem sabia da existência desse vídeo. Esta mensagem são para as dezenas de pessoas que estão me adicionando no Facebook e para aqueles que já me xingaram ou me ameaçaram. Queria agradecer aqueles me avisaram desses posts. Desejo a todos um feliz natal e que Deus possa abençoar o nosso mundo de tanta maldade e energias negativas.”
Em entrevista ao Dia Online, Victor afirmou que mesmo esclarecendo que ele não é o agressor do caso, continua recebendo mensagens de estranhos. “O pior é que mesmo depois da minha postagem e toda a discussão, ainda continuo recebendo mensagens de acusações e ameaças”, conta.
O caso da agressão
O caso da agressão, já denunciado à polícia, ocorreu, de acordo com depoimento, depois que o casal voltava de uma confraternização do trabalho da mulher na madrugada de sexta-feira (14/12).
No registro policial consta que ao chegarem á casa da vítima, no Setor Marista, o namorado ficou furioso com a mulher porque esta decidiu não convidá-lo para subir até seu apartamento. “A declarante subiu para seu apartamento e, pouco tempo depois, o suposto autor chegou, fechou a porta do quarto e, já transtornado, perguntou porque ela o tinha deixado sozinho”.
À Polícia Civil (PC), a vítima relatou que foi agredida com socos, tapas, chutes e estrangulamento, além de xingamentos. “Afirmou que revidava as agressões, todavia, não conseguia medir forças com o suposto autor. No vídeo, enquanto tenta se defender, a moça pede a todo momento que o agressor parasse de bater e fosse embora, o que não é suficiente para convencê-lo.