O cirurgião plástico Wesley Murakami, denunciado por quatro pacientes que ficaram com os rostos deformados após serem convencidas pelo médico a fazer uma bioplastia – um tratamento estético onde uma substância chamada PMMA é usada para preenchimento cutâneo – com ele em Goiânia, foi preso na manhã desta sexta-feira (21/12) durante uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
A operação foi deflagrada pela Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf) e batizada de Disformia, em alusão aos pacientes que ficaram deformados após passarem pelo procedimento cirúrgico com o cirurgião plástico.
A prisão de Wesley Murakami é temporária, além de Murakami, a mãe do médico e a dona de uma clínica de estética também foram presas.
Wesley Murakami atuava em Goiânia sem registro de especialidade
No dia 30 de novembro de 2018, a Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) recebeu pelos menos quatro denúncias contra o médico por seus procedimentos médicos que levaram à deformação dos rostos de pacientes. O caso foi registrado no 4º Distrito Policial da Capital, pelo delegado Carlos Caetano, que afirmou que quatro pacientes procuraram a delegacia e afirmaram que ficaram com os rostos desfigurados após serem atendidos pelo cirurgião plástico.
Segundo o delegado, os quatro pacientes passaram pelo processo de bioplastia em anos diferentes, com um registrado em 2012, outro em 2017 e outros dois em 2018.
Apesar de atuar com cirurgias plásticas, Wesley Murakami não tinha registro de especialidade junto ao Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego). Na reportagem publicada pelo Portal Dia Online após as primeiras denúncias, o Cremego enviou nota informando que o médico está inscrito junto ao Conselho, mas não tem nenhuma especialidade médica registrada.
O Cremego afirmou na nota que está apurando todas as denúncias contra Wesley Murakami e que as mesmas tramitam em sigilo no conselho, segundo o Código de Processo Ético-Profissional (CPEP) Médico no artigo primeiro.