A promotoria japonesa apresentou nesta sexta-feira, 21, uma nova denúncia e um novo pedido de prisão contra Carlos Ghosn, ex-presidente da montadora Nissan, um dia depois de o executivo brasileiro ter conquistado na Justiça o direito de ser libertado sob fiança. Ghosn está preso em Tóquio desde 19 de novembro, sob a acusação de ter adulterado informes sobre seus salários com o objetivo de pagar menos impostos. Ele se diz inocente.
A denúncia apresentada nesta sexta diz que Ghosn forçou a Nissan a assumir um prejuízo de US$ 16,6 milhões, em 2008, que teria sido provocado por uma empresa de propriedade do brasileiro. As perdas teriam ocorrido em outubro de 2008 e estariam relacionadas ao colapso do mercado de derivativos que ocorreu na época. Se confirmada, a operação constitui violação das leis japonesas.
É a terceira denúncia que os promotores apresentam contra Ghosn. Em 10 de dezembro, ele foi indiciado por apresentar relatórios falsos sobre o salário que recebia como principal executivo da Nissan, entre 2010 e 2015. Ao mesmo tempo, os promotores o colocaram sob suspeita de adulteração dos dados de sua remuneração para o período entre 2015 e 2018.
Na quinta-feira, 20, os promotores sofreram na Justiça uma raríssima derrota, quando um juiz rejeitou o pedido para que Ghosn ficasse preso por mais dez dias. Após a decisão, a defesa do executivo entrou com uma solicitação para que fosse estabelecida fiança para sua libertação. A nova denúncia foi apresentada pouco antes da audiência que seria realizada para estabelecer a fiança.