O médium João de Deus teve o habeas corpus negado liminarmente, na tarde desta quarta-feira (19/12), pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O pedido foi protocolado pela defesa na manhã de hoje, menos de 24 horas após a Justiça de Goiás indeferir o recurso. O religioso está preso desde o último domingo (16/12), no Núcleo de em Aparecida de Goiânia, após se entregar à polícia em Abadiânia.
A defesa de João de Deus entrou com pedido de habeas corpus na segunda-feira (17/12) e foi negado na tarde de ontem (18/12) pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). A defesa pretende entrar com recursos para adoção de medidas cautelares, como prisão domiciliar, uso de tornozeleira e a proibição de exercer a mediunidade.
Polícia encontra armas e dinheiro na casa de João de Deus
A Polícia Civil (PC) de Goiás apreendeu na última terça-feira (18/12) uma mala cheia de dinheiro em espécie, tanto nacional quanto estrangeiro, além de armas de fogo na casa do médium João de Deus, em Abadiânia. Na Casa Dom Inácio de Loyola, onde eram feitos os atendimentos espirituais e que também foi alvo de buscas feitas pela corporação, foram apreendidos recibos e outros documentos.
De acordo com a PC, foram encontradas cinco armas de fogo de calibre permitido, aproximadamente R$ 257.680 reais, mais de 15 mil euros, 990 dólares australianos além de outros tipos de moeda estrangeira, em menor quantidade. O material foi encaminhado para a Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), unidade responsável pelas investigações.
Denúncias contra João de Deus
Desde o último dia 8, um dia após os primeiros relatos nacionais e internacionais virem à tona em rede nacional, o Ministério Público, por meio de uma força-tarefa, recebeu 506 denúncias de crimes sexuais envolvendo o líder religioso. De acordo com os relatos, os abusos ocorreram na Casa Dom Inácio de Loyola, onde João de Deus atende milhares de pessoas que buscam curas espirituais.
Segundo o MP, as denunciantes são de Goiás, Ceará, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pará, Santa Catarina, Piauí e Maranhão.
Além das brasileiras, mulheres da Alemanha, Austrália, Bélgica, Bolívia, Estados Unidos e Suíça também relataram casos de abusos contra João de Deus, que nega todas as acusações.