O médium João de Deus deve se entregar à polícia, segundo a defesa. “Vai se apresentar. Não sei quando, nem onde. Estou avaliando ainda”, disse o advogado Alberto Zacharias Toron, na tarde desta sexta-feira (14/12). Equipes policiais estão em busca do religioso desde o início da tarde de hoje, quando teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. João de Deus foi denunciado por mais de 300 mulheres que relataram abusos sexuais durante consultas espirituais ocorridas na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.
Por meio de nota, a defesa informou ainda que pedirá habeas corpus contra a decisão, considerada como “ilegal e injusta”. Ao Metrópoles, o outro advogado de João de Deus, Thales Jayme, informou que negocia as condições de entrega com o delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes. “É pela integridade do seu João. É claro que ele não vai ficar foragido para sempre. Estamos procurando um local seguro”, explica.
Pedido de prisão de João de Deus
A Justiça aceitou nesta sexta-feira (14/12) o pedido de prisão preventiva do médium João de Deus, protocolado pela força-tarefa da Polícia Civil de Goiás, de acordo com a assessoria. O religioso de 76 anos, agora, pode ser preso a qualquer momento. João de Deus é alvo de inúmeras denúncias de abuso sexual, que explodiram recentemente. Ele é acusado, inclusive, de ter abusado da própria filha
Desde a última sexta-feira (7/12), o médium João de Deus se tornou um dos nomes mais noticiados na imprensa nacional e internacional depois que dez mulheres revelaram-se vítimas de abuso sexual, por meio do programa Conversa com Bial, da TV Globo. Os relatos encorajaram outras centenas de mulheres que também se sentiram abusadas.
Até quinta-feira (13/12), 330 mulheres denunciaram o médium ao Ministério Público de Goiás. João de Deus nega todas as acusações. Também nesta quinta, fiéis se reuniram em frente à ‘Casa’ em uma manifestação em prol de João de Deus. Eles seguravam cartazes com pedidos de amor desejando forças ao médium. Um dos protestantes, estrangeiro, ficou sentando por mais de nove horas com os olhos fechados e segurando o cartaz com a frase “Help João”.