O médium João de Deus, de 76 anos, preso desde o domingo (16/12), passará a segunda noite no Núcleo de Custódia, em Aparecida de Goiânia, em uma cela menor e individual. Na noite anterior, o religioso dividiu um espaço com três advogados presos, mas com a chegada de mais um profissional, João terá de deixar o local, que tem quatro camas disponíveis.
A cela onde João de Deus dormirá mede 2,5m x 3m, e tem uma cama e um armário. De acordo com a Diretoria- Geral de Administração Penitenciária (DGAP), mesmo com a mudança, ele terá a mesma rotina que os advogados, com quem passará o dia.
Defesa de João de Deus entra com pedido de habeas corpus
Na tarde de hoje (17/12), o advogado do médium, Alberto Toron, protocolou um habeas corpus junto à Justiça de Goiás com o objetivo de revogar a prisão preventiva do líder religioso. Caso o pedido seja negado, a estratégia da defesa será pedir que se adote medidas cautelares, como uso tornozeleira ou prisão domiciliar.
“São medidas que acautelam o meio social, que preservam a possibilidade da prática de novos crimes, se é que eles existiram, com um método menos invasivo, meio menos invasivo”, explicou Toron.
Mais de 500 denúncias contra João de Deus
Até a tarde desta segunda-feira, o Ministério Público de Goiás (MPGO) havia recebido 506 relatos de abuso sexual envolvendo João de Deus, sendo a maioria delas por meio do e-mail [email protected], criado especialmente para o caso.
De acordo com o MPGO, aparecem vítimas do Ceará, Mato Grosso e Rio Grande do Norte. Outras mulheres também se identificaram como moradoras de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pará, Santa Catarina, Piauí e Maranhão.
Entre as possíveis vítimas, estão também mulheres de seis países, sendo eles: Alemanha, Austrália, Bélgica, Bolívia, Estados Unidos e Suíça.