A produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cresceu em novembro, impulsionada por resultados recordes na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos, embora o plano do grupo de reduzir sua oferta a partir do próximo mês tenha estabelecido um piso para os preços da commodity, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).
Em relatório mensal divulgado hoje, a AIE estima que a produção da Opep aumentou em 100 mil barris por dia (bpd) no mês passado, a 33,03 milhões de bpd. A Arábia Saudita, líder informal da Opep, foi o principal responsável pelo acréscimo, com a produção local saltando 410 mil bpd em novembro, para o nível histórico de 11,06 milhões de bpd.
Nos Emirados Árabes Unidos, a produção também atingiu recorde no último mês, a 3,33 milhões de bpd, alta de 110 mil bpd ante outubro. Com isso, o país ultrapassou o Irã como o terceiro maior produtor da Opep. Os números saudita e dos Emirados Árabes Unidos compensaram uma acentuada queda na produção do Irã, que voltou a ser alvo de sanções dos Estados Unidos, diz a agência.
O documento da AIE contrasta com o relatório publicado ontem pela Opep, que mostrou um ligeiro declínio em sua produção, apesar do recorde saudita.
Os dois relatórios vieram menos de uma semana depois de a Opep e aliados que não integram o cartel, incluindo a Rússia, fecharem um acordo para cortar sua produção combinada em 1,2 milhão de bpd a partir de janeiro. Apenas a Opep deverá reduzir sua oferta em 800 mil bpd, enquanto Rússia e outros nove aliados irão se responsabilizar pelos demais 400 mil bpd. A decisão veio depois que os preços do petróleo sofreram queda acumulada de 30%, desencadeada em parte por preocupações com o aumento excessivo da oferta.
“O acordo tem o objetivo de atingir relativa estabilidade e levar o mercado ao equilíbrio”, afirma AIE. “Até o momento, o petróleo do tipo Brent parece ter encontrado um piso, permanecendo perto de US$ 60 por barril.”
A AIE também calcula que a oferta global de petróleo caiu 360 mil bpd em novembro, refletindo interrupções no Mar do Norte e no Canadá e de uma redução na produção russa.
A agência também manteve inalteradas suas previsões de avanço na demanda mundial por petróleo em 2018, em 1,3 milhão de bpd, e no próximo ano, em 1,4 milhão de bpd.
Já os estoques comerciais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) tiveram aumento de 5,7 milhões de barris em outubro, atingindo 2,872 bilhões de barris, de acordo com a AIE. Foi a primeira vez desde março que os estoques superaram a meta estabelecida pela Opep, que corresponde à média dos últimos cinco anos. Fonte: Dow Jones Newswires.