Até às 11h desta terça-feira (11/12), 78 mulheres enviaram suas denúncias contra o médium João de Deus ao Ministério Público de Goiás (MPGO). Elas se identificaram como moradoras de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Mato Grosso. Já no MP paulista, foram 12 relatos por e-mail, 40 pelas redes sociais, além de denúncias de um grupo de 200 mulheres com histórias parecidas. Até o momento, o religioso recebeu 330 denúncias por abusos sexuais, ocorridos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás.
Em Goiás, o MP disponibiliza o e-mail [email protected], criado exclusivamente para o caso, pelos telefones (62) 3243-8051 e (62) 3243-8052, ou presencialmente. No estado de São Paulo, os relatos podem ser contados pelo endereço [email protected].
Até ontem, primeiro dia de força-tarefa, quarenta mulheres que se sentiram vítimas fizeram denúncias ao Ministério Público de Goiás (MPGO), sendo 35 delas pelo e-mail. Os depoimentos de todas as vítimas serão colhidos nos próximos dias. A força-tarefa para atendimento das vítimas conta com cinco promotores e duas psicólogas.
Denúncias contra João de Deus
As primeiras denúncias de abuso sexual vieram à tona na última sexta-feira (7/12), no programa Conversa com Bial, da TV Globo. As vítimas relataram que as agressões ocorreram na Casa Dom Inácio, em Abadiânia, interior de Goiás, onde o médium, famoso no mundo inteiro, atende milhares de pessoas que buscam curas espirituais.
As mulheres contaram ao jornalista e apresentador Pedro Bial que os abusos cometidos por João de Deus aconteciam numa linha padrão. O médium, segundo elas, atendia as mulheres em público e depois pedia que elas o encontrassem, sozinhas, em seu escritório, para que ele incorporasse uma entidade e terminasse o procedimento.
João de Deus é investigado pelo MP desde junho
Segundo o MP-GO, o médium já vinha sendo investigado por abuso sexual contra suas pacientes, em sigilo, desde o mês de junho deste ano. O procedimento de investigação teria tido início após um ofício da promotora do MP-GO encaminhado ao delegado-geral da Polícia Civil de Goiás (PC), André Fernandes Almeida. Desde então, o trabalho dos agentes da polícia acontecem em sigilo para preservar as vítimas e evitar exposição indevida ou desnecessária junto ao público.
A defesa de João de Deus informou, por meio de nota, que o médium recebeu “com indignação” as acusações e que ele “rechaça” o que classifica como “qualquer prática imprópria dos seus procedimentos”.