Nesta segunda-feira (10/12), primeiro dia de força-tarefa que apura acusações de abuso sexual feitas contra o médium João de Deus, quarenta mulheres que se sentiram vítimas fizeram denúncias ao Ministério Público de Goiás (MPGO), sendo 35 delas pelo e-mail criado exclusivamente para o caso: [email protected]. De acordo com o MP, os depoimentos de todas essas vítimas serão colhidos nos próximos dias. A força-tarefa conta com cinco promotores e duas psicólogas.
Denúncias contra João de Deus
As primeiras denúncias de abuso sexual vieram à tona na última sexta-feira (7/12), no programa Conversa com Bial, da TV Globo. As vítimas relataram que as agressões ocorreram na Casa Dom Inácio, em Abadiânia, interior de Goiás, onde o médium, famoso no mundo inteiro, atende milhares de pessoas que buscam curas espirituais.
As mulheres contaram ao jornalista e apresentador Pedro Bial que os abusos cometidos por João de Deus aconteciam numa linha padrão. O médium, segundo elas, atendia as mulheres em público e depois pedia que elas o encontrassem, sozinhas, em seu escritório, para que ele incorporasse uma entidade e terminasse o procedimento.
Os abusos sexuais ocorriam, de acordo com os relatos, dentro da sala dele. Algumas dizem ter sido levadas a um banheiro dentro do cômodo. Elas afirmam que João de Deus lhes pedia segredo sobre as supostas “práticas espirituais”. Após os relatos em rede nacional, outras duas possíveis vítimas procuram a imprensa local para denunciar agressões ocorridas com o mesmo padrão na ‘Casa’.
Após as denúncias em rede nacional, outras mulheres, do país e do exterior, procuraram a imprensa, delegacias e o Ministério Público para relatar casos semelhantes.
Investigações
De acordo com o MPGO, o médium já vinha sendo investigado por abuso sexual contra suas pacientes, em sigilo, desde o mês de junho deste ano. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes, em outubro deste ano a Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) recebeu as denúncias.
“Nós recebemos essa denúncia no final do mês de outubro. Esse inquérito já está instaurado com toda atenção devido à complexidade os fatos. Todas as senhoras que estão denunciando serão ouvidas pela Polícia Civil para que possamos buscar as provas necessárias para investigar com imparcialidade e com eficiência”, explicou o delegado-geral ao Dia Online.