Com novos recordes ano a ano, o crescimento do carnaval de rua de São Paulo continuará na próxima edição. Um balanço da Secretaria Municipal das Subprefeituras aponta que o número de desfiles pode saltar de 459, neste ano, para 737 em 2019 – um aumento de 60,5%.
Ao todo, 645 blocos se inscreveram para participar da folia, acréscimo de 27% em relação ao ano anterior (491). O número é mais do que o triplo de agremiações que desfilaram em 2014, primeiro ano da regulação na capital. O número de desfiles deve variar, contudo, até a divulgação da programação final, que se estenderá de 23 de fevereiro até 10 de março.
Seguindo uma tendência das edições anteriores, parte das agremiações desfilará mais de uma vez, acrescentando também opções na agenda do pré e do pós-carnaval. Nesta quarta-feira, 5, a Prefeitura de São Paulo abriu consulta pública para a operacionalização e patrocínio integral do carnaval, com valor estimado de R$ 19,5 milhões. O edital prevê um público de 5 milhões de foliões.
Das 32 subprefeituras, 29 participarão da programação. A maioria dos blocos se concentra na Sé (198), em Pinheiros (143), na Vila Mariana (53) e na Lapa (32). Os desfiles estão em fase de aprovação por comissões locais, em conjunto com as subprefeituras e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Ainda não há previsão para a divulgação das rotas e dos horários dos desfiles.
23 de Maio
Após reunir multidões neste ano, a Avenida 23 de Maio deve ficar de fora da programação, após recomendação do Ministério Público de São Paulo. Questionada pela reportagem, a Prefeitura não comentou o assunto.
Um dos fundadores do Acadêmicos do Baixo Augusta, Alê Youssef acredita que o crescimento continuará. “Mostra que o carnaval de São Paulo, a maior cidade do País, vai ser o maior carnaval do Brasil. Esses números demonstram que a folia da capital caiu nas graças do paulistano de uma maneira muito contundente.”
Youssef ressalta que a cidade também tem atraído foliões “de fora”. “O carnaval de São Paulo já virou referência para o Brasil inteiro. Você tem uma procura muito grande de turistas também.” Diretor da Confraria do Pasmado, Carlos Frazão ressalta a distribuição regional da festa. “Enquanto o carnaval das avenidas enfrenta uma saturação, o potencial do de rua está em aberto. Um carnaval que deve ser democrático e distribuído entre todas as regiões.”
O crescimento tem afetado também os blocos recém-lançados. Estreante em 2018, o Filhos de Gil quer atrair um público menor que os 10 mil deste ano – para não se descaracterizar. “Nossa missão é um carnaval inclusivo, que possam ir famílias, idosos”, conta Pedro Keiner, um dos fundadores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.