Depois de dois dias em julgamento, o advogado Eduardo de Oliveira Francisco, de 34 anos, foi condenado a quase 28 anos de prisão por mandar matar a esposa, a bancária Cibelle de Paula Silveira, de 31 anos, e fingir se tratar de um latrocínio. O crime ocorreu em novembro de 2015 enquanto o casal andava de bicicleta na BR-060, entre Goiânia e Abadia de Goiás; a ciclista levou um tiro na cabeça.
Em dezembro do mesmo ano, três suspeitos do crime foram presos, sendo um deles, Pedro Henrique Domingos de Jesus Félix, ainda com 18 anos, que gravou um vídeo confessando ter cometido o crime com ajuda de um adolescente. Ele foi condenado por homicídio e pegou pena de 22 anos e 5 meses.
Dez dias após o crime, o inquérito foi concluído e enviado ao Ministério Público que denunciou Pedro Henrique por latrocínio e o menor por ato infracional análogo ao latrocínio. Já o terceiro preso foi retirado do processo, após comprovado que não tinha envolvimento com o crime.
Reviravolta no caso ocorrido em Goiânia
Após dois meses da conclusão do inquérito policial, a Polícia Civil recebeu o laudo cadavérico da bancária, onde foram constatadas lesões no corpo de Cibelle, que não eram compatíveis com as causadas pela morte.
A polícia ouviu amigos e familiares, que disseram ao delegado Thiago Martimiano, responsável pelo caso, que Cibelle era vítima de agressões físicas por parte do marido. Diante disso, a polícia abriu uma investigação paralela, conhecida como Verificação Preliminar de Informação (VPI), para constatar se o crime era mesmo latrocínio ou homicídio.
As investigações concluíram que o marido tinha participação na morte da mulher. Em setembro deste ano, Eduardo foi preso em um apartamento, no Setor Celina Park, quatro dias depois da expedição de um mandado de prisão preventiva do juiz Lourival Machado da Costa, da 2ª Vara de Crimes Dolosos contra Vida.
Em novembro, o advogado, mandante do crime, e o Pedro Henrique, quem atirou em Cibelle, foram denunciados por homicídio qualificado. Nesta quarta e quinta-feira, 5 e 6 de dezembro, três anos após o crime, os acusados passaram por júri popular.
Marido recebeu seguro e benefícios
Depois da morte de Cibelle, Eduardo recebeu cerca de R$ 50 mil do seguro de vida dela, além de ficar com bens como casa e carro, além de uma herança que ela deveria receber depois que o pai morreu atropelado. Apesar do relacionamento conturbado, e do ciúme exagerado do advogado com a mulher, o delegado acredita que a mulher morreu por interesses financeiros.