A recente proposta econômica apresentada pelo governador eleito de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), está causando polêmica e reações por parte do empresariado goiano. Em reunião na manhã de quarta-feira (21/11), o democrata detalhou o projeto que estabelece redução de incentivos a 13 segmentos com impacto calculado em cerca de R$ 1 bilhão ao ano.
Os setores automotivo, sucroalcooleiro, lácteo e de processamento de aves vão ser os mais atingidos na proposta de corte de benefícios fiscais apresentada ontem pelo governador eleito, e a medida parece ter pego de supresa o setor industrial de Goiás. O presidente da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), Otavio Lage, chegou a afirmar, a um jornal local, que a categoria está “atordoada com as propostas feitas pelo governador eleito Ronaldo Caiado sobre incentivos fiscais”.
Segundo Lage, que declarou que os empresários estão reunidos para apresentar uma contraproposta, a nova medida anunciada por Caiado de corte de incentivos fiscais “vai ser muito ruim para o segmento”.
Daniel Vilela, derrotado nas eleições para Governador do Estado, também fez duras críticas à proposta de Caiado. Segundo ele, Caiado deve “apostar em empresas que vão gerar novas receitas e novos empregos para Goiás. O que o Caiado está querendo é implantar uma política de desenvolvimento atrasada”, diz.
“Governador está adotando uma postura de rever a política de benefícios fiscais”, diz especialista sobre a proposta de Caiado
Em contrapartida, há aqueles que veem na proposta de Caiado uma solução para o “pequeno e micro empresário”.
Em entrevista ao Dia Online, o economista, advogado e sociólogo Danilo Orsida, comentou o plano do governador eleito. Para Orsida, o grande empresário não precisa de tanto incentivo fiscal, e sim o pequeno. “Ao meu ver, o governador está adotando uma postura de rever a política de benefícios fiscais. Se houver uma definição clara de incentivo para o micro e pequeno empresário, a economia começa a girar”, explica.
O especialista, entretanto, afirma que, a longo prazo, a medida de redução de incentivos fiscais pode não ser um negócio vantajoso para o Estado. “A possibilidade de aumentar a arrecadação de forma imediata [com a redução de incentivos fiscais], a curto prazo pode ser uma solução, mas a longo prazo pode ser algo perverso”, comenta. Para o economista, em oposição à possibilidade de aumentar os benefícios fiscais para pequenos empresários, a redução de incentivos para os grandes empresários poderia gerar uma “debandada de empresas”.
Orsida sugere ainda o que seria um caminho viável para a retomada do crescimento da economia goiana. “Uma solução, e que seria o mais prudente, seria financiar o acesso desses pequenos empresários aos benefícios fiscais, possibilitando o crescimento deles e o giro da economia”, completa.
A reportagem do Dia Online entrou em contato com a assessoria do governador eleito Ronaldo Caiado, para comentar a proposta. Mas até o fechamento desta matéria, não obteve retorno.