O juiz Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Lava Jato no Rio de Janeiro, defendeu nesta sexta-feira, 23, a manutenção de unidades especializadas e de forças-tarefas na investigação de suspeitas de corrupção no País. Segundo ele, a extinção ou enxugamento das unidades “é muito ruim para as investigações”.
“Há casos em que pessoas que são investigadas têm nítido interesse em extinguir uma unidade especializada, em que as coisas estão andando com rapidez, porque são especializadas naquele tema”, afirmou Bretas, juiz titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio. “Incomoda uma unidade especializada, com pessoas dedicadas (a investigar) determinados cargos e determinados esquemas de corrupção.”
De acordo com Bretas, “a falta dessa centralização, especialização, é um fator muito ruim para as investigações”. O juiz ressaltou que elas foram fundamentais para a Lava Jato, e deu a entender ainda que a operação está longe de terminar. “Eu tenho a sensação de que pode haver problemas em outros Estados brasileiros, com outras empresas, outras empresas estatais”, comentou.
Bretas também defendeu os acordos de leniência e a apreensão de bens como forma de recuperar ativos. “Aqui no Rio de Janeiro três acordos envolvendo pessoas físicas somam R$ 1 bilhão. Isso é muito importante”, declarou.