A economia brasileira deverá crescer de 2,5% a 3% em 2019, segundo projeções feitas pelo Departamento Econômico da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi). No mínimo, o Produto Interno Bruto (PIB) ficará 1,1 ponto porcentual acima do que em 2018, ano para o qual a Acrefi projeta crescimento de 1,4%, vindo de 1% em 2017 – quando interrompeu sequência de dois anos de retração econômica no País.
Segundo o presidente da Acrefi, Hilgo Gonçalves, o melhor do cenário econômico previsto para 2019 é que mesmo com a expansão do PIB para perto do dobro do crescimento projetado para 2018, o Banco Central terá todas as condições para entregar no final do exercício a taxa de juro em 6,5% ao ano, no mesmo nível em que ela se encontra hoje, sendo o mais baixo desde a implementação do regime de metas para a inflação, em 1999.
Isso será possível porque mesmo com a economia reencontrando o caminho do crescimento, o número de desempregados ainda permanecerá elevado, sustentando alta ociosidade da capacidade instalada dos meios de produção e mantendo a inflação sob controle.
“Temos um cenário de juros que deve ficar em torno de 6,5% e uma inflação abaixo do teto da meta”, disse Gonçalves. A projeção da Acrefi para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano que vem é de 4,2%, abaixo dos 4,4% esperados para este ano e abaixo do centro da meta de 4,25% fixado para 2019 pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para este ano, o alvo estabelecido para o BC cumprir é de 4,5%.
A combinação juros e inflação baixa deverá, segundo o presidente da Acrefi, repercutir positivamente no mercado de crédito em 2019 especialmente na modalidade Crédito com Recursos Livres para Pessoa Física. “Essa modalidade já acumulou expansão de 4,7% no ano no primeiro semestre e deve alcançar 7% em 2018. Para o próximo ano 2019, projetamos crescimento de 9% a 12%”, disse Gonçalves, que abriu no período da manhã o 13º Seminário Internacional Acrefi (13º SIAC).
Otimista, o presidente da Acrefi considera que a aprovação do Cadastro Positivo, incluída na Agenda BC+ do Banco Central, poderá aumentar consideravelmente a oferta de crédito no mercado. “No Chile, onde o Cadastro Positivo foi adotado há anos, o volume de crédito equivale a 100% do PIB. No Brasil, a fatia é de 46%, demonstrando que temos potencial para avançar e que, se utilizado de forma consciente, irá favorecer o crescimento sólido do Brasil”, concluiu.