Os dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, na última quarta-feira (21/11), não foram muito animadores para Goiás. Segundo o relatório, o Estado demitiu mais do que contratou no mês de outubro deste ano, contraindo um saldo negativo de -3.565. Apenas em outubro, um total de 50.623 goianos ficaram desempregados, contra 47.058 que foram admitidos.
O saldo, divulgado pela Caged, foi o pior resultado do mês de todo o Brasil, mas, no acumulado do ano, o mercado de trabalho goiano se destaca. O Estado aparece em quinto lugar entre aqueles que mais geraram emprego no Brasil, tendo criado 44.342 trabalhos com carteira assinada no ano. O saldo positivo deixou Goiás atrás apenas de São Paulo (236.257), Minas Gerais (118.213), Paraná (61.566) e Santa Catarina (54.854) em 2018.
De acordo com o economista Adriano Paranaíba, o saldo negativo reflete um conjunto de fatores que influenciam a economia goiana, mas o especialista fala em erros do governo estadual. “Goiás está pagando a conta por não ter se modernizado e pensado que a crise que afetou o Brasil não chegaria aqui”, explica.
Segundo Paranaíba, a ideia de investimento na indústria em Goiás é “retrógrada” e não acompanha o ritmo do resto do país. “O governador que vai assumir precisa rever a polícia de governo. A ideia de investimento em Goiás é, ainda, da década de 1980!”, diz.
O economista ainda cita a saída da Unilever de Goiânia, o que, segundo ele, vai causar um forte impacto na economia. “Agora, com a saída dessa empresa do Estado, é que veremos ainda mais desemprego”, declara.
Mesmo com saldo negativo em outubro, Goiás teve bom resultado no ano
O resultado negativo do mês de outubro parece não ter tido grande impacto no resultado geral de Goiás. Os setores que mais contribuíram com o saldo positivo no acumulado do ano foram o de serviços, com 16.131 novas vagas de trabalho; a agropecuária, 10448; indústria de transformação, 7242; e construção civil, 6064. Com destaque para a indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico, que teve 3.448 novas contratações ao longo do ano, e os serviços de transportes e comunicações, com 4.952.
No interior de Goiás, o município de Cristalina se destacou na geração de emprego: a cidade teve saldo de 3.778 novas vagas em 2018. Cristalina foi ultrapassada apenas por Goiânia, com 8.827 contratações no ano.
No Brasil a criação de empregos totaliza 790.579 de janeiro a outubro, alta de 2,09% em relação ao mesmo período de 2017.