O último relatório divulgado pela Secretaria do Tesouro Nacional sobre a situação fiscal de Goiânia mostra que o prefeito, Iris Rezende, pode não ter sido totalmente sincero sobre a situação das contas da capital. Entre os dados alarmantes há uma nota extremamente baixa na Poupança Corrente, que o próprio número indica que será difícil elevá-la no próximo ano.
Em informações adiantadas pelo Jornal Opção, os dados divulgados contradizem diretamente as prefeito Iris Rezende, nas últimas prestações de contas entregues à Câmara Municipal. O político do MDB havia declarado, à época, que a “situação da Capital está boa e que sua gestão tem conseguido reparar os danos financeiros causados pela gestão anterior”.
Nos números do relatório, que compara o exercício de 2016 e 2017, Goiânia ficou com nota C na capacidade de pagamento, o que significa que está impedida de ter aval da União em empréstimos.
A poupança corrente, que é a relação entre despesa corrente e receita ajustada ficou em 95,86%. Esse percentual corresponde à despesa da prefeitura e o restante, 4,14%, à receita ajustada. Isso indica dificuldade de elevar essa nota no relatório referente a 2018.
Dados contradizem declarações de Iris Rezende na prestação de contas, em outubro deste ano
Cumprindo a determinação da Lei de Responsabilidade Fiscal, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), executou a prestação de contas na Câmara Municipal de Goiânia no dia 29/10, com o objetivo de explanar o cenário fiscal do segundo quadrimestre de 2018. A reunião, sob coordenação da Comissão Mista, conforme prevê o Regimento Interno, ocorreu no plenário da Casa.
À época, em entrevista a uma TV local, o prefeito fez um balanço de sua gestão em seus quase dois anos de mandato já cumpridos. Iris afirmou na entrevista que assumiu a prefeitura com várias dívidas, mas já está “quase zerando” as pendências com muito trabalho.
É justamente nesse ponto que os dados se desencontram com as afirmações do prefeito, que insiste em dizer que sua gestão está recuperando a situação financeira da Capital. O Superintendente do Tesouro, da Secretaria de Finanças da Prefeitura de Goiânia, Eduardo Scarpa, disse que o prefeito não mentiu ao dizer que as coisas estão melhorando.
“Esses dados são com base em 2017 e os principais indicadores, como o da poupança corrente, levam em consideração os três últimos anos (2015, 2016 e 2017), quando ele (prefeito) fala que melhorou, está se referindo a 2018”, defendeu ele em entrevista à imprensa.