Empresa de investimentos da família do empresário Abilio Diniz, a Península vendeu ontem, na Bolsa paulista, um bloco de mais de 50,5 milhões de ações que detinha no Carrefour, arrecadando R$ 805 milhões. Com isso, a fatia do veículo de investimento dos Diniz na varejista caiu de 11,46% para 8,91%. Em fato relevante, a realização da operação foi confirmada pela rede francesa.
O empresário entrou no capital do Carrefour – tanto da operação local quanto da matriz francesa – a partir de 2014, e chegou a deter 12% do capital da varejista brasileira. Hoje, Abilio é um dos conselheiros da operação global da multinacional francesa, da qual também é sócio. A parceria do empresário com o Carrefour veio depois da resolução de uma disputa entre o empresário e o grupo Casino, também francês, em relação ao controle do Grupo Pão de Açúcar (GPA), que se estendeu entre 2011 e 2013.
Investimentos. O dinheiro da operação realizada ontem volta para o caixa da Península. A empresa atualmente tem uma participação relevante da gigante de alimentos BRF – que passa por uma reestruturação comandada por Pedro Parente, ex-presidente da Petrobrás, após sofrer com bilionários prejuízos – e também em negócios de menor porte, como o e-commerce de vinhos Wine.com.br e a rede de padarias Benjamin, ambos atualmente em fase de expansão.
De 2014 para cá, desde que a Península entrou na operação local do Carrefour, o valor de mercado subiu de R$ 18 bilhões para aproximadamente R$ 33 bilhões – um salto de mais de 83%. As vendas no período cresceram 40%, tanto graças a mudanças nas operações de varejo físico quanto com a retomada do e-commerce de eletroeletrônicos e a estreia da francesa da venda online de alimentos.
Com o dinheiro arrecadado com a venda dos papéis do Carrefour, a Península deve voltar ao mercado para buscar novos negócios. O Estado apurou que setores como o de consumo e saúde e bem-estar estão entre as principais áreas de interesse da família Diniz.
Procurada, a Península não quis comentar o assunto.