A Hydro Alunorte, responsável pela maior operação de produção de alumina do mundo, no Pará, espera que a Justiça retire o embargo que restringe sua produção nos próximos dias. Desde fevereiro, após denúncias de despejo irregular de rejeitos em rios e igarapés dos municípios de Barcarena e Paragominas, a empresa opera com 50% de sua capacidade e depende dessa autorização para retomar integralmente as atividades da mina de bauxita e da refinaria de alumina. Já conseguiu que o governo do Estado e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) revogassem suas restrições, mas ainda falta a decisão judicial.
“Se a liberação da Justiça não vier, teremos que repensar a suspensão dos contratos de trabalho e as férias coletivas. Já colocamos cerca de 1 mil pessoas nesses regimes, mas essa situação não pode ser eterna”, afirma o diretor operacional da Bauxita e Alumina da Hydro, Carlos Neves.
De acordo com o diretor, a partir da liberação judicial, a companhia deve levar cerca de dois meses para voltar a 100% de suas capacidade. Com isso, a expectativa é de produzir 3,250 milhões de toneladas de alumina esse ano, ante 6,4 milhões de toneladas em 2017.
“Esse teria sido um ano muito bom, porque o mercado está precisando de alumina e os preços estavam em alta. Houve greves na Austrália, sanções na Rússia e restrições na China e os preços chegaram a dobrar”, completou, explicando que os preços já retrocederam.
Segundo ele, o Ibama autorizou a utilização do filtro prensa e liberou a segunda área de depósito de resíduos de bauxita (DRS2).
Os documentos com as autorizações já foram apresentados à Justiça e ele espera a liberação nos próximos dias.