O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos novamente se recusou a rotular a China como um país manipulador de moeda, mas endureceu o tom em relação a Pequim, ao comentar sobre a recente fraqueza do yuan. “Uma preocupação especial é a falta de transparência cambial da China e a recente fraqueza de sua moeda”, disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, em um comunicado que acompanhou o relatório formal do departamento sobre moedas.
De acordo com o Tesouro, a intervenção direta do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) no mercado de câmbio “tem sido limitada”. Desde meados de junho, o yuan apresentou queda de cerca de 7% em relação ao dólar, o que, de acordo com o departamento, deve fazer com que o superávit comercial chinês com os EUA aumente. No ano passado, Washington teve um déficit de US$ 375 bilhões nas relações comerciais com a China. Além disso, o Tesouro pediu que a China melhore a transparência da taxa de câmbio e disse que o país precisa promover reformas “agressivamente” com a intenção de reequilibrar a economia.
Havia expectativa entre os agentes do mercado de que o Tesouro poderia afirmar que a China manipula sua moeda à medida que as disputas comerciais sino-americanas têm se intensificado. O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, podem se reunir em novembro em Buenos Aires, durante a cúpula do G-20, para discutir as relações entre os dois gigantes.
De acordo com o relatório do Departamento do Tesouro, a China e mais cinco países – Alemanha, Índia, Japão, Coreia do Sul e Suíça – adotam práticas cambiais que exigem atenção especial. Essa é uma lista idêntica ao relatório divulgado em abril. O documento é divulgado duas vezes por ano.