Marconi Perillo, ex-governador de Goiás, foi indiciado pela Polícia Federal por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ele, que é investigado na Operação Cash Delivery deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF), no dia 28 de setembro, chegou a ser preso preventivamente na tarde de ontem (10/10), durante depoimento na sede da PF em Goiânia, mas hoje conseguiu um habeas corpus e foi liberado por volta das 17h. Agora cabe ao Ministério Público denunciar ou não o ex-governador.
De acordo com a defesa de Marconi, o indiciamento foi feito antes mesmo dele ser interrogado pela polícia, ou seja, antes que ele pudesse se explicar. O advogado de Perillo, Carlos Almeida de Castro, o Kakay, explicou ainda por meio de nota, que “na visão técnica da defesa, não deixou nenhuma dúvida sobre a absoluta legalidade de todas as suas ações.” Veja a nota na íntegra:
A Defesa entende que a Polícia Federal deveria ter ouvido o Marconi Perillo ANTES de fazer o indiciamento. Quando chegamos para o ex Governador ser interrogado o indiciamento já estava feito, sem que a Delegada sequer tivesse ouvido do Marconi as explicações necessárias. Em 5 horas de depoimento o ex Governador respondeu a todas as perguntas e , na visão técnica da defesa, não deixou nenhuma dúvida sobre a absoluta legalidade de todas as suas ações. Fosse este um inquérito que corresse com um rito normal, com a preservação das garantias constitucionais, a Defesa poderia dizer que tem a convicção de que o ex governador não seria sequer denunciado. Mas a postura pouco republicana do MP e a prisão arbitrária e desnecessária preocupam a Defesa. Se cumprido o rito constitucional a Defesa tem tranquilidade da licitude de todos os atos do Marconi e isto ficara provado ao final da investigação.
Prisão de Marconi Perillo
De acordo com a Polícia Federal, Marconi Perillo foi preso preventivamente nesta quarta-feira (10). No pedido de prisão, o Ministério Público Federal (MPF) informou que a Operação Cash Delivery mostra que a organização criminosa liderada pelo ex-governador “tem uma atuação muito mais ampla e atual do que se imaginava inicialmente” e “não se limita ao esquema Odebrecht”.
O pedido de prisão preventiva de Marconi havia sido protocolado na última segunda-feira (8/10) e decretada ontem pelo juiz federal Rafael Ângelo Slomp, enquanto o ex-governador prestava depoimento na sede da Polícia Federal, em Goiânia.
Hoje, um dia após a prisão, o desembargador Olindo Menezes, da 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), concedeu um habeas corpus ao ex-governador. Marconi saiu pela porta dos fundos da PF sem falar com a imprensa.
Operação Cash Delivery
O ex-governador, que concorria a uma vaga no Senado nas Eleições 2018, é investigado na Operação Cash Delivery. Antes da operação, Perillo seguia firme nas pesquisas, mas no dia 2, depois de ser citado, uma pesquisa do Instituto Grupom apontou queda do ex-governador para 4º lugar, com 23,2%, na disputa pelo Senado. Nas eleições, Marconi recebeu apenas 7,55% dos votos válidos.
Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços do ex-governador de Goiás. Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão temporária, expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal de Goiás, nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Pirenópolis e Aruanã, Campinas e São Paulo. A PF apreendeu mais de R$ 1 milhão.
Os presos, Jayme Rincón, Carlos Alberto Pacheco Júnior, Rodrigo Godoi Rincón, filho de Jayme Rincón e o motorista de Jayme e policial, Márcio Garcia de Moura conseguiram habeas corpus e já foram liberados.