Marconi Perillo (PSDB), ex-governador de Goiás, pode ficar preso por tempo indeterminado. De acordo com nota da Polícia Federal, o mandado cumprido contra Marconi é de prisão preventiva. No pedido, o Ministério Público Federal (MPF) informou que a Operação Cash Delivery mostra que a organização criminosa liderada pelo ex-governador “tem uma atuação muito mais ampla e atual do que se imaginava inicialmente” e “não se limita ao esquema Odebrecht”.
O pedido de prisão preventiva de Marconi foi protocolado na última segunda-feira (8/10) e decretada hoje pelo juiz federal Rafael Ângelo Slomp, enquanto o ex-governador prestava depoimento na sede da Polícia Federal, em Goiânia. Até ontem (9/10), a defesa de Marconi não acreditava na possibilidade de prisão.
Após ser preso, algumas pessoas se reuniram na porta da sede da PF, localizada no setor Pedro Ludovico, em Goiânia. Eles comemoravam a prisão de Marconi. Veja o momento:
Ainda hoje um perito do Instituto Médico Legal (IML) deve à sede da Polícia Federal, onde Marconi está desde o início da tarde de hoje, para realizar o exame de corpo de delito.
Marconi Perillo investigado
Segundo nota do MPF, “quando ainda era senador e, depois, também como governador, Marconi Perillo solicitou e recebeu propina no valor de, em 2010, R$ 2 milhões e, em 2014, R$ 10 milhões, em troca de favorecer interesses da empreiteira relacionados a contratos e obras no Estado de Goiás.”
Ainda de acordo com a nota, o caso foi remetido à primeira instância a partir da renúncia de Marconi Perillo ao mandato de governador de Goiás e a consequente perda de foro privilegiado. O caso foi então assumido pelo Núcleo de Combate à Corrupção do MPF em Goiás e pela Polícia Federal. A investigações começaram em junho de 2017.
Operação Cash Delivery
O ex-governador, que concorria a uma vaga no Senado, mas que recebeu apenas 7,55% dos votos válidos, é investigado na Operação Cash Delivery, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF), no dia 28 de setembro. Antes da operação, Perillo seguia firme nas pesquisas, mas no dia 2, depois de ser citado, uma pesquisa do Instituto Grupom apontou queda do ex-governador para 4º lugar, com 23,2%, na disputa pelo Senado.
Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços do ex-governador de Goiás. Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão temporária, expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal de Goiás, nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Pirenópolis e Aruanã, Campinas e São Paulo. A PF apreendeu mais de R$ 1 milhão.
Jayme Rincón, o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior e Rodrigo Godoi Rincón, filho de Jayme Rincón, conseguiram habeas corpus e já foram liberados. Já o motorista de Jayme e policial, Márcio Garcia de Moura, continua preso preventivamente.