Marconi Perillo, ex-governador de Goiás, tem depoimento marcado na Polícia Federal na tarde desta quarta-feira (10/10), em Goiânia. A data foi proposta pela defesa de Marconi, que havia pedido à Polícia para que ele fosse ouvido após a eleição, ocorrida no último domingo, 7 de outubro. De acordo com o advogado, Antônio Carlos Almeida, conhecido como Kakay, não existe a possibilidade de Marconi ser preso.
O ex-governador, que concorria a uma vaga no Senado, mas que recebeu apenas 7,55% dos votos válidos, é investigado na Operação Cash Delivery, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF), no dia 28 de setembro. Antes da operação, Perillo seguia firme nas pesquisas, mas no dia 2, depois de ser citado, uma pesquisa do Instituto Grupom apontou queda do ex-governador para 4º lugar, com 23,2%, na disputa pelo Senado.
Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços do ex-governador de Goiás. Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão temporária, expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal de Goiás, nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Pirenópolis e Aruanã, Campinas e São Paulo. A PF apreendeu mais de R$ 1 milhão.
Jayme Rincón, o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior e Rodrigo Godoi Rincón, filho de Jayme Rincón, conseguiram habeas corpus e já foram liberados. Já o motorista de Jayme e policial, Márcio Garcia de Moura, continua preso preventivamente.
Marconi Perillo e a Operação Cash Delivery
Segundo nota do MPF, “quando ainda era senador e, depois, também como governador, Marconi Perillo solicitou e recebeu propina no valor de, em 2010, R$ 2 milhões e, em 2014, R$ 10 milhões, em troca de favorecer interesses da empreiteira relacionados a contratos e obras no Estado de Goiás.”
Ainda de acordo com a nota, o caso foi remetido à primeira instância a partir da renúncia de Marconi Perillo ao mandato de governador de Goiás e a consequente perda de foro privilegiado. O caso foi então assumido pelo Núcleo de Combate à Corrupção do MPF em Goiás e pela Polícia Federal. A investigações começaram em junho de 2017.