A companhia de alimentos BRF (resultado da união da Sadia e Perdigão) deverá concluir a venda de seus ativos na Argentina, Europa e Tailândia até dezembro. Pedro Parente, que acumula a presidência executiva e do conselho de administração da empresa, deverá passar o comando da maior exportadora global de carne de frango para o vice-presidente de operações da BRF, Lorival Luz, até junho de 2019.
Parente vai ficar à frente da presidência do colegiado a partir de junho do ano que vem, mas não deverá deixar o dia a dia da companhia. “Serei um chairman com uma participação mais ativa na BRF”, afirmou o executivo, que até maio era o presidente da Petrobrás.
Há quatro meses na BRF, Parente anunciou um plano agressivo de venda de ativos. A companhia pretende levantar cerca de R$ 5 bilhões com venda de negócios poucos estratégicos para reduzir suas dívidas.
A chegada de Parente foi anunciada como parte de uma ampla reestruturação coordenada por acionistas do grupo após seguidos resultados trimestrais negativos e envolvimento da empresa em investigações da Polícia Federal. A BRF, que enfrenta embargos à exportação de carne de frango, está aberta a colaborar com as autoridades sobre as investigações da Operação Trapaça, disse Parente durante evento com investidores, realizado na segunda-feira, 8.
No segundo trimestre, a BRF fechou com prejuízo de R$ 1,57 bilhão. A expectativa da empresa é recuperar as quedas de margens de lucros ao longo de 2019 para retomar níveis históricos até 2020 e crescer a partir de 2021. No mercado interno, o foco será revitalizar as marcas Sadia e Perdigão e ganhar mercado com a recém-lançada Kideli. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.