Inaugurada na quarta-feira, a conexão entre a Estação Brás da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e o Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, se tornou mais um “atalho” para moradores da zona leste de São Paulo voltarem da região central da cidade. O ramal foi planejado, majoritariamente, para usuários do aeroporto. As viagens do serviço Connect – com horário de saída marcado – estão sendo feitas com trens lotados, mas que se esvaziam nas paradas da Linha 13-Jade no leste da capital paulista.
Do Brás até a porta do Terminal 3, de voos internacionais, a viagem demora exatos 50 minutos. São 31 minutos da estação na região central de São Paulo até a nova Estação Aeroporto, uma distância de 20 quilômetros. Só que o passageiro demora outros 19 minutos da estação até a conexão com o terminal, distante 5 quilômetros e feita por ônibus gratuitos operados pela concessionária GRU, gestora do aeroporto. A tarifa do trem é a mesma dos trens comuns, R$ 4.
Desse modo, o serviço é mais rápido e mais barato do que todas as demais alternativas, incluindo carros particulares (no horário de pico, a viagem do centro da capital ao aeroporto dura cerca de uma hora). O serviço de ônibus concedido pelo governo do Estado à empresa Airport Bus Service, que tem saídas de cinco pontos – Praça da República, Avenida Paulista, Terminal Tietê, Terminal Barra Funda e Aeroporto de Congonhas -, com até 29 partidas por dia, demora o mesmo tempo da viagem de carro e custa R$ 50. Aplicativos, como Uber e 99, têm corridas partindo da região da Praça da República com preço médio de cerca de R$ 60 – valor que pode ser dividido entre os ocupantes do carro. A viagem de táxi supera os R$ 100.
A desvantagem, entretanto, é o desconforto. “Estou só com essa mala, que não é tão grande, e minha mochila. Então não está complicado. Se estivesse com uma mala muito maior, acho que teria mais dificuldade”, disse o estudante Thiago Rocha Filho, de 19 anos, que faria uma viagem para Atlanta, nos Estados Unidos, na noite de quinta-feira. “Eu vim testar o trem e acho bom que, enfim, exista um transporte rápido para o aeroporto”, afirmou. “Mas não estava preparado para o metrô: a Linha 3-Vermelha, que tomei para chegar até o Brás, estava bem mais cheia”, contou o rapaz, que mora na Bela Vista, centro da capital.
Viagem
Inaugurada em março, a Linha 13-Jade é um braço que tem como estação final a Engenheiro Goulart, parada que pertence a outra linha, a 12-Safira. Ao longo do dia, o passageiro tem de ir até o Brás, pegar a Linha 12, descer na Engenheiro Goulart e então embarcar no trem da Linha 13. O novo serviço é uma conexão direta do Brás ao aeroporto, sem necessidade de trocar de trem.
O que se vê, na prática, é passageiros que já iriam para a Estação Engenheiro Goulart, e também para a Estação Guarulhos Cecap, da Linha 13, usando o serviço Connect para fugir da superlotação. Tanto que, após essas paradas, o trem fica vazio – quem fica na composição pode até sentar.
A CPTM já previa o uso desse serviço como atalho, segundo a assessoria da empresa. Tanto que fez as linhas como um serviço parador, no lugar de uma linha expressa ao aeroporto (como será o serviço Airport Express, com previsão de R$ 8, que terá saída a partir da Estação da Luz, e não fará paradas intermediárias). A Linha 13-Jade também deverá ser estendida, segundo os estudos da CPTM, para o bairro Bonsucesso, de Guarulhos, o que deverá aumentar a demanda.
Ônibus
A empresa GRU afirma ter cronometrado os tempos de trajeto entre a Estação Aeroporto e os terminais aéreos: 3 minutos da estação ao Terminal 1; 9 minutos para o Terminal 2; e até 12 minutos para o Terminal 3.
Entretanto, o horário de partida dos coletivos é determinado de acordo com a chegada dos trens da CPTM na estação. Segundo a empresa, os ônibus são programados para sair em um intervalo de 10 a 15 minutos após a chegada de cada trem, o que faz a viagem ter um tempo total, da plataforma do Brás até a porta do terminal 3, de mais de uma hora. “Quando percebi que o ônibus ia demorar para sair, fiquei meio chateado, porque o trem foi rápido, mesmo. Mas achei que valeu a pena, sim”, disse o personal trainer William Pontes de Deus, de 29 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.