Após denúncias de médicos e enfermeiros, a Superintendência Regional do Trabalho no Estado de Goiás (STRE/GO) delimitou, nesta segunda-feira (24/9), atividades médicas, de enfermagem e farmacêuticas no Hospital de Urgências de Goiânia(Hugo).
O parecer foi emitido após auditoria e destaca que há falta de medicamentos e insumos. A falta desses instrumentos “colocam em risco grave, iminente e recorrente” as pessoas que trabalham no hospital.
Por telefone, a assessoria de imprensa do Instituto Gerir, responsável pela gestão do Hugo, informou que aguarda aprovação de nota que deve enviar à imprensa. Com a interdição, o Hospital de Urgências precisa garantir um plano de emergência até quarta-feira (26/9). O intuito é admissão de novos pacientes e a criação de “protocolos emergenciais”.
O ultimato que resultou na interdição foi uma lista de reclamações de médicos, enfermeiros e farmacêuticos que denunciaram, na quarta-feira (13/9),
Assim que receberam as reclamações, uma equipe do SRTE/GO, com representantes fiscais do Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO) foram ao hospital e identificaram as irregularidades.
Os diretores informaram que a gestão Zé Eliton não repassou os recursos suficientes para a manutenção do atendimento. A dívida do Governo de Goiás com a OS ultrapassa R$20 milhões.
Nota-resposta do Governo de Goiás, por meio da Secretaria Estadual de Saúde:
“A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) esclarece que, mesmo antes de tomar conhecimento do termo de interdição do Hospital de Urgências de Goiás (Hugo), emitido pela Superintendência Regional do Trabalho em Goiás, do Ministério do Trabalho, já havia liberado R$ 2 milhões, na manhã desta segunda-feira, 24, para a recomposição dos estoques da farmácia do hospital. A SES-GO informa ainda que, juntamente com a Gerir – organização social que administra o Hugo – já está providenciando o Plano de Contingenciamento exigido pelo Ministério do Trabalho, que será entregue no prazo determinado, ou seja, às 15h da próxima quarta-feira, 26. Em paralelo, já foi definida com a Secretaria de Estado da Fazenda a liberação de novos e repasses, para atender às demais áreas do Hugo.Vale frisar, no entanto, que o atendimento segue dentro da normalidade.”
O que é o Instituto Gerir:
“O Gerir é uma organização social que tem o objetivo de levar as melhores práticas da gestão privada para a administração pública. Com sede em Goiânia, o Gerir é formado por uma equipe multidisciplinar e vem se notabilizando pela gestão eficiente e humanizada de unidades públicas de saúde em diversas cidade e estados do Brasil.”
Funcionário-Fantasma no Hugo, conforme o Ministério Público
Um funcionário fantasma do Hugo (Hospital de Urgências de Goiânia), denunciado em ação proposta pelo promotor de Justiça Fernando Krebs, do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), teve R$ 3.200.289,76 bloqueados pelo juiz Élcio Vicente da Silva em agosto.
Além do bloqueio da quantia de Thiago Sobreira da Silva, o juiz determinou a suspensão de pagamento salarial pelo Instituto Gerir, com recursos públicos provenientes de contrato de gestão com a Secretaria Estadual de Saúde. Respondem ao processo, além do servidor fantasma, o instituto e o presidente da entidade, Eduardo Reche de Souza.
Conforme relatado pelo promotor, desde 2012, Thiago é empregado do instituto, organização social responsável pela gestão do Hospital de Urgências de Goiânia. No entanto, desde julho de 2013, o servidor, contratado para o cargo de controlador, passou a exercer atividades exclusivamente a favor dos interesses particulares da OS, mas sendo remunerado com verba pública, o que configura improbidade.