Gleicy da Silva Menezes, de 44 anos, foi morta pelo marido em Aparecida de Goiânia neste sábado (22/9). Ademar de Jesus Sales, de 63 anos, foi preso em seguida e confessou ter estrangulado a mulher, outro feminicídio em Goiás.
Acostumada a cantar sertanejo e ajudar pessoas carentes, Gleyce foi encontrada morta próxima à cozinha da casa. Ademar de Jesus ainda tentou se matar depois de avisar parentes de que havia cometido o crime. Um irmão de Gleicy contou ao G1 que levou Gleicy para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas ela já estava morta.
O casal criou dois filhos que moram na Bélgica: um de 26 e outro de 22 anos – o único filho do autor do crime.
Depois de prender Ademar, a Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO) e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Aparecida levaram ele para o 1º Distrito Policial, onde o caso foi registrado.
Segundo um policial do Distrito, na próxima segunda-feira (24/9) o inquérito vai ser levada para o Grupo de Investigação de Homicídios de Aparecida de Goiânia, que fica na Vila Brasília.
Amigos lembram da mulher morta pelo marido em Aparecida
“Ela era muito caridosa. Três meses atrás ela fez um vídeo pedindo ajuda para eu conseguir uma cirurgia de redução de estômago”, conta Luciana Lúcia Rodrigues, 41, amiga de Gleicy ao Portal Dia Online. “A gente conversava todo dia pelo WhatsApp. Estou sem chão”, completa.
Em Varjão, no interior de Goiás, Gleyce, que fazia dupla com o marido de Luciana, lotava salões de festa. “Ela adorava cantar e fazia todo mundo dançar.”
Uma prima contou para a reportagem que o casal havia se separado depois de Gleyce ter sido agredida. “Eles voltaram tinha 10 dias. Ainda falei para ela deixar isso de mão”, conta.
Outra amiga, Luzia Anália, 45 anos, lembra que Gleyce “tinha o maior coração do mundo”. “Não podia ver ninguém passando por necessidades. Se ela não podia ajudar, tratava de procurar políticos”, diz.
A fama em Varjão de coração caridoso fez com que Gleyce fosse convencida a se candidatar a uma vaga na Câmara de Vereadores da cidade nas eleições de 2016. Pelo Partido Social Democrático Cristão (PSDC), Gleyce teve 116 votos.
Na prestação de contar da campanha, constam R$2 mil doados para a eleição pelo marido que a matou estrangulada neste sábado.