O diretor da Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados, Paul Pierre Deeter, havia dado declaração ao jornal Folha de São Paulo que um recepcionista registrou por engano a entrada de Adélio Bispo de Oliveira, o homem que esfaqueou Bolsonaro, na Câmara.
Segundo Paul Pierre, investigação interna foi aberta e comprovou ter havido apenas erro de um recepcionista.
Deeter afirmou que esse funcionário, que não teve o nome divulgado, foi consultar no sistema eventual entrada de Bispo na Câmara, quatro horas após o esfaqueamento, e por engano registrou a entrada.
“O Adélio já estava preso nesse momento em Minas. Foi apenas um erro do recepcionista, que foi ouvido, mas não houve má fé ou qualquer outra situação que estão falando por aí”, afirmou o diretor. Ele disse que a investigação será arquivada.
Um site de abrangência nacional havia noticiado que a Polícia Legislativa havia aberto uma investigação interna ao constatar registros de duas entradas de Adélio na Câmara no dia do atentado. Deeter pediu à Mesa Diretora decretação de sigilo.
O site também informou dias atrás que Adélio esteve na Câmara em 2013 , mas a Polícia Legislativa não soube dizer qual gabinete ele visitou.
Quem é o homem que esfaqueou Bolsonaro
Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos, foi detido pela polícia depois de ter esfaqueado o candidato Jair Bolsonaro (PSL), durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). O caso aconteceu no dia 6 de setembro.
Natural e morador de Montes Claros (MG), Adélio nasceu em em 6 de maio de 1978 e é solteiro. Atualmente, estava desempregado. Entre a cidade e Juiz de Fora são 700km. Em suas redes sociais, fazia críticas a políticos, como Alckmin e Ana Amélia, e falava da maçonaria em diversas postagens, dizendo que estavam envolvidos com a política brasileira. Em uma postagem de 1º de agosto, criticava Bolsonaro: “Dá nojo só de ouvir, que dizer que a ditadura deveria ter matado pelo menos uns 30 mil comunistas”.
Adélio também foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014 na cidade de Uberaba. O próprio pediu desfiliação do partido. Ao site da revista Piauí, o presidente da Federação dos Agentes da Polícia Federal (Fenapef), Luis Boundens, disse que Adélio teria dito aos policiais que o conduziram que estava cumprindo uma “ordem de Deus” e que era uma “missão divina”. Em depoimento à polícia, Adélio alegou “questões pessoais” no ataque.