Segundo a Diretora da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto, o Museu Nacional, que teve a maior parte da estrutura destruída por um incêndio neste mês, tem um backup atualizado em fevereiro de todo o acervo, o que permitirá que, mesmo que não seja possível de ser recuperado, possa ser reproduzido com a ajuda de novas tecnologias – como impressoras 3D.
A informação foi dada durante apresentação da missão oficial da Unesco, que veio ao Brasil em missão de emergência para auxiliar na recuperação do Museu Nacional. O grupo ainda visitará outros seis museus no Rio de Janeiro nesta semana para avaliar a situação de risco em que se encontram seus acervos. O objetivo é elaborar recomendações ao governo federal e às instituições responsáveis por eles para que sejam evitadas tragédias e degradação ou perda de objetos e documentos.
A missão visitará o Arquivo Nacional e a Biblioteca Nacional. As outras quatro instituições ainda serão selecionadas. “Outra parte da nossa missão inclui a investigação rápida de outros museus no Rio para averiguar riscos e para, eventualmente, lançar um projeto que seja mais inclusivo e para prevenir situações como esta”, afirmou a chefe da Missão de Emergência da Unesco para o Museu Nacional, Cristina Menegazzi.
“A ideia é aplicar a metodologia de análise de riscos que a gente já vem aplicando no setor do patrimônio cultural e nos permite avaliar de forma abrangente os riscos que afligem o patrimônio cultural”, completou o consultor do Centro Internacional de Estudos para a Conservação e Restauro de Bens Culturais (ICCROM), José Luiz Pedersoli Junior.
Ele e Menegazzi chefiam a missão de emergência no Brasil, que é composta ainda por dois especialistas alemães em recuperação de objetos em situações como a do Museu Nacional. A missão visitou o Museu Nacional na semana passada fez recomendações para ações prioritárias, como a cobertura do prédio para evitar que o sol e a chuva prejudiquem o que está sob os escombros.
Recuperação lenta
Menegazzi afirmou que a recuperação do museu deverá levar anos, principalmente pela complexidade do incêndio. A dificuldade é conseguir separar o que é escombro do que tem valor histórico e científico. “Será um trabalho praticamente de arqueologia”, definiu Pedersoli. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.