O Banco Central fez um ajuste na avaliação sobre o risco de queda da inflação futura no cenário básico da instituição. No comunicado divulgado na noite desta quarta-feira, 19, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), os diretores citam que o risco de desaceleração dos preços está no “nível de ociosidade elevado (que) pode produzir trajetória prospectiva abaixo do esperado”.
Na reunião de agosto do mesmo Comitê, os diretores do BC diziam que esse risco de desaceleração dos índices de inflação era gerada, na época, pela “possível propagação, por mecanismos inerciais, do nível baixo de inflação passada e o nível de ociosidade ainda elevado podem produzir trajetória prospectiva abaixo do esperado”.
Por outro lado, os riscos de alta dos preços permaneceram os mesmos. Os diretores do BC mencionam a possibilidade de “frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira”, o que poderia afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação.
Essa possibilidade, dizem os diretores do BC, se intensifica no caso de “deterioração do cenário externo para economias emergentes”.
No documento, os membros do Comitê dizem que “esses últimos riscos se elevaram”. Em agosto, o texto dizia que os “últimos riscos permanecem em níveis mais elevados”.
Reformas
O Copom defendeu novamente a continuidade da agenda de reformas macroeconômicas para a manutenção da inflação baixa e criação de condições para a retomada da atividade econômica. No comunicado divulgado após a manutenção do juro básico em 6,50% ao ano, os diretores do BC notam que a expectativa de continuidade das reformas “afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes”.
“A continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para a manutenção da inflação baixa no médio e longo prazos, para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia”, cita o documento.
Nesse trecho do documento, os diretores do BC notam que “a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes”.
No texto, os membros do Comitê explicaram que a manutenção do juro em setembro foi decidida “considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis”.
Essa decisão, dizem os diretores do BC, “reflete seu cenário básico e balanço de riscos para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2019”.