A residência de um dos sócios da famosa rede de hotéis e entretenimento, Grupo Privê, foi alvo de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (13/9) por parte do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), em Caldas Novas, interior de Goiás. A ação faz parte da Operação Negociata, deflagrada nesta madrugada.
O empresário Waldo Palmerston, sócio majoritário do Grupo Privê, estava sendo investigado na Operação Negociata, que investiga fraudes em licitação, pagamentos de propina e lavagem de dinheiro em sete cidades de Goiás, e uma de Minas Gerais.
No total, nove pessoas já foram presas nessa operação, incluindo o prefeito de Caldas Novas, Evandro Magal (PP), ex-secretário de Saúde de Caldas Novas, Luciano Filho; João Afonso Neto, ex-presidente do Fundo de Previdência de Caldas Novas (CaldasPrev) e um empresário identificado como Delvi, da Pneus Morrinhos.
Ao todo, 32 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos pelo MP-GO em vários municípios goianos. Além da residência de Waldo Palmerston, também foram realizadas buscas na casa do vereador de Caldas Novas, Saulo Inácio (PSDB), conhecido como “Saulo do Privé”. Ele foi funcionário do grupo durante muitos anos.
Apesar das buscas realizadas na casa dos empresários, Saulo e Waldo não estão entre os detidos.
A operação ocorre simultaneamente nas cidades de Goiânia, Caldas Novas, Morrinhos, Itumbiara, Aruanã, Aparecida de Goiânia e Santa Vitória em Minas Gerais. Em Caldas, mandados estão sendo cumpridos em outros órgãos públicos da cidade, além das residências de agentes públicos e empresários. Os materiais apreendidos estão sendo trazidos para a sede do MP-GO.
Prefeito de Caldas Novas foi preso nesta manhã na mesma operação
O prefeito de Caldas Novas, Evandro Magal (PP), foi preso nesta madrugada (13/9) em sua casa, em Caldas Novas, na Operação Negociata.
Evandro Magal e seu vice, Fernando de Oliveira, do PPS, haviam sido afastados dos cargos em 13 de novembro de 2017 por decisão do juiz Fabiano Abel de Aragão Fernandes, que manteve parte da posição do magistrado de Caldas Novas, de 1ª instância, Tiago Luiz de Deus Costa Bentes.
Na época, os acusados recorreram ao Tribunal Superior Eleitoral, que ordenou, no fim daquele mês, que eles reassumissem os cargos até o julgamento dos embargos pelo TRE.
Em 17 de janeiro de 2018, Magal e Resende voltaram a ser afastados dos cargos por determinação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Eles foram condenados por abuso de poder por meio de veículo de comunicação por pagarem anúncios em um jornal em um período pré-eleitoral.
A ação também envolve o secretário de Comunicação, João Paulo Teixeira, que foi exonerado do cargo devido à troca de governo, e o proprietário do jornal. Em nota, os citados informaram que “respeitam a decisão do Tribunal Regional Eleitoral, mas vão recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral”.
Ambos reassumiram os cargos posteriormente. Em nota enviada à imprensa na tarde desta quinta-feira, o Grupo Prive informou que está à disposição da Justiça.
Leia a nota completa:
“Na manhã desta quinta-feira, 13, o Ministério Público Estadual (MPE) fez busca e apreensão de documentos na residência de um dos sócios do Grupo Prive. Todos os documentos foram entregues e as solicitações atendidas. O Grupo afirma que não há qualquer vínculo do empresário e do Grupo com negócios não lícitos.
O Grupo e o seu sócio estão à disposição da Justiça.
O Grupo Prive tem mais de 50 anos de experiência hoteleira, 8 hotéis, 3 parques aquáticos e gera mais de 2 mil empregos diretos. Dá sua contribuição à sociedade não somente de Caldas Novas, mas o desde o início do Grupo na Pousada do Rio Quente; gera renda para centenas de famílias e trabalha com transparência, respeito às instituições e dentro da legislação brasileira.”