A participação das exportações na produção industrial brasileira se manteve estável no primeiro semestre, enquanto as importações continuam em alta. De acordo com estudo divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em junho, a indústria exportou 15,7% da produção nos 12 meses encerrados em junho (o chamado coeficiente de exportação), mesmo patamar registrado na última pesquisa, em dezembro de 2017. Já os produtos importados responderam por 17,5% do consumo dos brasileiros, acima dos 17,1% registrados em 2017.
De acordo com a CNI, contribuiu para esse cenário a apreciação do real e os cenários de incerteza no mercado doméstico e internacional.
“A política de juros norte-americana gera pressões sobre as moedas das economias emergentes, com destaque para a Argentina, um importante parceiro comercial do Brasil. No plano interno, incertezas ligadas principalmente ao quadro político contribuem para maior volatilidade cambial”, afirma a economista da confederação, Samantha Cunha.
Houve crescimento no coeficiente de insumos industriais importados, que passou de 23,1 pontos para 23,4 pontos, com a indústria importando mais insumos para fazer frente à recuperação do mercado doméstico. Já o coeficiente de exportações líquidas, que mostra a diferença entre as receitas obtidas com as exportações e as despesas com importação de insumo, caiu de 6,5% em 2017 para 6,1% nos 12 meses até junho de 2018.
No acumulado em 12 meses, até junho de 2018, foram registradas quedas no coeficiente de exportações em setores como metalurgia, veículos automotores, farmoquímicos e farmacêuticos e alimentos. Já o coeficiente do setor de máquinas e equipamentos vem registrando crescimento desde 2013, quando passou de 11,6% para 19,1%.
Pelo lado das importações, houve aumento na participação dos importados em setores como equipamentos de transporte (reboques, aviões, navios), vestuário e acessórios, farmoquímicos e farmacêuticos e produtos de metal.