O Conselho Estadual de Saúde de Goiás (CES-GO) se pronunciou sobre o caso de agressão de um policial militar contra uma enfermeira em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Rio Verde, interior do Estado. Em uma moção de repúdio, o Conselho diz esperar que o Ministério Público faça o controle externo da Polícia Militar e proteja trabalhadores e usuários dos Sistema Único de Saúde de Goiás contra o abuso de autoridade da polícia, além de afirmar que é o SUS que acolhe os goianos contra a violência que se espalhou no Estado de Goiás.
A agressão ocorreu na última segunda-feira (10/9), quando uma enfermeira da UPA em Rio Verde, na Região Sudoeste de Goiás, levou um tapa no rosto por parte de um PM após impedi-lo de entrar em uma sala exclusiva para funcionários e pacientes.
De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde, a mulher levou uma “gravata” no pescoço e um “pisão” na panturrilha, além de um tapa no rosto, depois de tentar impedir o policial de entrar em uma sala, identificada como sala vermelha, dedicada para pacientes que necessitam de cuidados e vigilância intensivos enquanto aguardam a definição do diagnóstico.
Em um vídeo, gravado por funcionários da UPA, é possível ver algumas médicas e enfermeiras do local discutindo com o PM depois da agressão
Em moção divulgada, CES-GO cobra ação de autoridades
Com a repercussão do caso, o Conselho Estadual de Saúde se pronunciou em uma moção de repúdio, pedindo ação das autoridades competentes contra abusos da polícia contra profissionais da saúde.
Confira abaixo a moção na íntegra:
“O presidente do Conselho Estadual de Saúde de Goiás – CES-GO, no uso de suas atribuições regimentais e Ad Referendum do Plenário do CES-GO, vem de público manifestar o repúdio à invasão da Polícia Militar na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na cidade de Rio Verde (Goiás), no dia 10 de setembro de 2018. Repudiamos também o crime cometido por um dos PMs que desferiu um tapa no rosto de uma trabalhadora de Saúde na UPA.
Esperamos que o Ministério Público Estadual faça o controle externo da Polícia Militar e proteja trabalhadores/as e usuários/as dos Sistema Único de Saúde de Goiás contra o abuso de autoridade da polícia. A PM e a Guarda Municipal devem respeitar os trabalhadores/a e gestores/as das unidades de saúde e só agirem na defesa da segurança e sob orientação de gestores e profissionais de saúde nas unidades de saúde.
O SUS é um dos poucos locais públicos onde a população goiana tem encontrado acolhimento contra a violência que se espalhou nas ruas e espaços públicos das cidades. É o SUS que cuida diariamente dos goianos e goianas que são vítimas de agressão, espancamento, estupro e tentativa de homicídio, por absoluta falta de segurança pública no nosso estado.
Colocamos o Conselho Estadual de Saúde a disposição dos comandantes das Polícias Militares e Guardas Municipais para ministrarmos palestras sobre os direitos de saúde de usuários/as e trabalhadores/as no SUS de Goiás e o papel da Segurança no respeito às leis, aos direitos humanos e a saúde da população.”