O Banco do Brasil lança na quarta-feira, dia 12, um fundo de investimento que vai alocar recursos em empresas que apoiam a equidade de gênero. Focado tanto no segmento de varejo como na alta renda, o veículo mira captar R$ 200 milhões em até três anos, de acordo com o presidente da instituição, Paulo Caffarelli.
“Esse fundo foi constituído com o objetivo de direcionar recursos para privilegiar a questão da equidade de gênero. O BB Ações Equidade vai investir em empresas signatárias aos “Princípios de Empoderamento das Mulheres” (WEP, na sigla em inglês), estabelecidos pela ONU Mulheres”, explicou o executivo, em teleconferência com a imprensa, realizada nesta terça-feira, 11.
Em um primeiro momento, o novo fundo do BB vai investir apenas em ações de empresas. Na mira, estão 18 companhias brasileiras que incluem nomes como Ambev, B3, Vale, Bradesco, o próprio BB, e outras cinco estrangeiras: Microsoft, Tiffany, Mondelez, Pepsico e Merk.
Um dos critérios utilizado para a seleção desses nomes foi o porcentual de mulheres em cargo de gerência e administração nessas empresas, indicador este que pode ser estendido para outros veículos de investimento, conforme o banco. No BB, a participação do público feminino em cargos de chefia, segundo Caffarelli, subiu de 12% para 16% em sua gestão. A meta, contudo, garantiu, é chegar aos 22% “o mais rápido possível”, considerando o tamanho da instituição.
Para permitir que mais mulheres galguem posições de chefia no BB, de acordo com o executivo, o banco faz um esforço de destravar barreiras que travam o encarreiramento feminino no banco como, por exemplo, a mobilidade. Isso porque muitas mulheres deixam de subir a cargos mais altos por não poderem mudar a sua localidade por conta da família e filhos.
“Não se muda o desenho de um dia para o outro. Tínhamos muitas mulheres no banco parando sua carreira por questão de mobilidade. Temos tido a preocupação de que não se pode penalizar mulheres por não terem mobilidade”, destacou Caffarelli, acrescentando que o BB acaba de promover uma gerente de São Paulo a superintendente, um fato inédito no banco.
Retorno absoluto
O novo fundo do BB não tem uma referência (benchmark) de rentabilidade. Seu retorno será absoluto. O banco mira captar R$ 100 milhões junto a pessoas físicas em até três anos, cuja aplicação mínima é de R$ 200,00 e os outros R$ 100 milhões no segmento private, com tíquete inicial de R$ 25 mil. A taxa de administração é de 1,5% a 2,0% para o varejo e de 1,00% a 1,5% para o private.
Segundo Paula Mazanék, gerente geral da unidade de captação e investimento do BB, o banco avaliou diversos estudos e identificou que empresas com maior diversidade de gênero em cargos de comando e processo decisório entregam rentabilidade “bastante satisfatória”. “Nossa estratégia além da questão de buscar resultado ao investidor, vai ao encontro dos anseios crescente da sociedade da valorização de diversidade no mundo empresarial e corporativo”, acrescentou ela, em conversa com jornalistas.
De acordo com o BB, o fundo é o primeiro que vai apoiar a equidade de gênero no Brasil. Além dele, há outro semelhante, conforme Paula, em Londres.