Técnicos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) que já trabalharam em tsunamis devem chegar ao Rio de Janeiro na próxima semana para auxiliar na pesquisa dos escombros do acervo do Museu Nacional, destruído por um incêndio no último domingo, 2. A informação foi dada pelo reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, nesta quinta-feira, 6. “A Unesco ofereceu especialistas que já trabalharam em tsunamis e outros desastres, e eles devem chegar ao Rio na terça ou quarta-feira da próxima semana”, contou o reitor. O museu faz parte da UFRJ.
Os governos da Alemanha, França, Portugal e Áustria também já ofereceram ajuda para a reconstrução do Museu Nacional, segundo o diretor da instituição, Alex Kellner. “A todos que me ligam, e felizmente meu celular tem tocado bastante, quando perguntam de que forma podem ajudar, eu dou a mesma resposta: ‘acervo, doem acervo'”, afirmou Kellner.
A perícia realizada pela Polícia Federal provavelmente seja concluída até domingo, 9, e por isso os responsáveis pelo museu imaginam começar a pesquisa no interior do prédio na próxima segunda-feira, 10. Simultaneamente o imóvel será coberto e cercado, mas isso depende da liberação ao menos parcial da verba de R$ 10 milhões anunciada pelo Ministério da Educação nesta semana. “É uma situação emergencial, porque quanto mais tempo o museu ficar exposto, mais risco haverá para o acervo que houver resistido ao incêndio. Então, em vez de uma licitação comum, deve ser feita uma tomada de preços com empresas de notória especialidade para escolher rapidamente quem vai cobrir e cercar”, afirmou o reitor.
O diretor do museu tem a expectativa de encontrar peças preservadas: “Já entrei no museu e existem armários fechados, inteiros, debaixo do que desabou. É um acervo que está fragilizado, precisa ser retirado para ser tratado”, disse Kellner.
Essa etapa emergencial deve consumir os R$ 10 milhões inicialmente disponibilizados pelo Ministério da Educação, e vai se estender pelos próximos meses. Uma outra etapa será a produção de um projeto executivo para definir como será a reconstrução do prédio. Esse projeto deve ser feito em 2019, e para isso o Ministério da Educação anunciou que vai disponibilizar
R$ 5 milhões
O reitor da UFRJ quer que a verba seja incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2019 como uma rubrica específica, para que o dinheiro não possa ser desviado para outros gastos: “Já conversei com o Ministério do Planejamento, e o próprio Ministério da Educação também apoia esse nosso objetivo”, afirmou Leher.
O projeto executivo será a base para uma licitação que vai escolher a empresa responsável por reconstruir o prédio. Ele estima que ainda no segundo semestre de 2019 seja possível iniciar a primeira etapa de reconstrução, do que chamou de “construção pesada”.