Considerada “instituição irmã” do Museu Nacional do Rio, o Museu Paraense Emílio Goeldi, o segundo mais antigo do País, prestes a completar 152 anos, quase fechou no ano passado por falta de recursos. Como ocorreu com todos os órgãos federais, sofreu um contingenciamento de cerca 40%, que ameaçou o funcionamento de duas de suas quatro bases em outubro – o Parque Zoobotânico, em Belém, e a Estação Científica Ferreira Penna, no Marajó.
O caso causou comoção nas redes sociais. Foi criada a campanha SOS Museu Goeldi. O movimento ganhou as redes sociais e o presidente Michel Temer anunciou, via Twitter, a liberação de R$ 3 milhões para manter as atividades em 2017. O mesmo poderia ter ocorrido neste ano mas, novamente, com pressão da comunidade, os valores foram recompostos.
O orçamento, porém, estável há seis anos em torno de R$ 11 milhões a R$ 12 milhões, só dá para manter o básico e a preocupação dos gestores com a segurança das 19 coleções científicas com mais de 4,5 milhões de itens – específicos sobre a Amazônia – é constante.
“Investimentos para segurança a gente só consegue com parcerias. São valores que não têm sido incorporados no orçamento, o que nos deixa apreensivos”, disse a pesquisadora Ima Vieira, ex-diretora do museu que assessora a atual gestão.
Ao contrário do Museu Nacional, que foi destruído por um incêndio, todas as coleções são separadas por portas corta-fogo. O Goeldi também conta com cem hidrantes e um sistema eletrônico de detecção e combate a incêndio. “Mas são coisas que precisam de revisão constante, de modernização. É uma situação crítica. Precisaria ser de R$ 50 milhões a R$ 60 milhões para manter tudo”, diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.