Depois dos reajustes quase diários do preço da gasolina influenciados pela alta disparada do dólar, a Petrobras anunciou nesta quinta-feira (6/9), uma nova política de preços para aumentar a estabilidade no setor de combustíveis. De acordo com a diretoria da estatal, foi aprovado o uso de um mecanismo financeiro adicional — uma espécie de proteção (hedge) — que pode ser aplicado por até 15 dias, ajudando a espaçar mais os aumentos da gasolina.
Apesar de garantir que a atual prática de reajustes diários ainda é válida, a companhia afirmou que “entende ser importante conciliar seus interesses empresariais com as demandas de seus clientes e agentes de mercado em geral”.
Sem abrir mão da paridade dos preços internacionais, o mecanismo proposto, que não deve ultrapassar 15 dias, permitirá à empresa obter um resultado financeiro equivalente ao que alcança com a prática de reajustes diários, explicou, em nota.
Segundo o comunicado, a Petrobras escolherá os momentos em que vai aplicar o instrumento, considerando a análise de conjuntura, em cenários de elevada volatilidade do mercado. Conforme diz a nota, o preço da gasolina continuará sujeito a mudanças até diárias, uma vez que esse mecanismo será utilizado opcionalmente, quando, então, os preços ficarão estáveis durante o período de sua execução.
Reajustes flexíveis no preço da gasolina
A estratégia anunciada pela estatal Petrobras vai permitir uma maior flexibilidade na frequência de reajustes, mas não deve alterar o resultado final das variações do preço da gasolina decorrentes dos movimentos de elevação ou de queda na cotação internacional e na taxa de câmbio, ao final de cada período – seja por intervalos de tempo mais longos, de até 15 dias, ou diários.
De acordo com o diretor de Refino e Gás Natural, Jorge Celestino, a política de reajustes diários está mantida, mas que a medida a aperfeiçoa. Segundo ele, o mecanismo se trata de uma sofisticação que torna a empresa mais competitiva. Ele ainda afirma que a estatal aprendeu, estudou e viu que o uso dessa ferramenta de hedge traz os elementos que vão dar uma posição de competitividade para a companhia.
A Petrobras vinha adotando, desde 3 de julho do ano passado, reajustes quase diários no valor do combustível, com base no mercado internacional e no câmbio. Portanto, após o dólar disparar por conta da instabilidade política nacional e pela valorização da moeda norte-americana no mercado internacional, a gasolina atingiu preço recorde nas refinarias.