Leonardo Dias Mendonça, conhecido como “Barão do Tráfico”, recebeu tornozeleira de monitoramento eletrônico na tarde de hoje (6/8), e agora cumpre pena no regime semiaberto. Como Leonardo já tem carta de emprego, ele trabalha durante o dia e tem o direito de dormir em casa.
O homem apontado pelas autoridades como o maior traficante de cocaína do Brasil em 2000, conseguiu o benefício após cumprir um sexto de sua pena de 79 anos e sete meses, e por ele ter bom comportamento na prisão. Leonardo cumpria pena desde 2013 no Núcleo de Custódia no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
A soltura foi determinada pelo juiz Oscar de Oliveira Sá Neto, da 7ª Vara Criminal e de Execuções Penais de Goiânia, na última quinta-feira (2/8).
De acordo com decisão, Leonardo “somente poderá circular durante o período diurno pelas seguintes cidades (área de inclusão): Goiânia, Aparecida de Goiânia, Goianira, Senador Canedo, Trindade, já que se tratam de cidades com áreas urbanas interligadas com a capital.”
Leonardo também fica proibido de portar qualquer tipo de arma, frequentar bares e boates ou lugares que vendem bebidas alcoólicas.
Crimes
O ‘Barão do Tráfico’ tem histórico criminal por comércio internacional de drogas desde 1999 e já esteve na lista da Interpol por crimes em outros países. Ele responde a processos por tráfico em Goiás, Pará, Maranhão e Mato Grosso.
Em 2002, Leonardo era considerado um dos chefões do tráfico na América Latina. Ele era procurado pelos governos dos Estados Unidos, da Holanda, da Colômbia e do Brasil.
Na época, o patrimônio de megatraficante foi avaliado em R$ 500 milhões. Com alto poder financeiro, Leonardo era dono de fazendas, de rede de lojas e postos de gasolina no Pará, de milhares de cabeças de gado, terras, aviões, barcos, carros, motos e casas, posses usadas para a lavagem do dinheiro do tráfico.
Mesmo preso, Leonardo comandava uma quadrilha, com cerca de 35 integrantes, especializada em tráfico internacional de drogas do Brasil. O grupo criminoso foi preso depois de anos de investigação, em uma operação conjunta do Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) e da Polícia Federal (PF).
De acordo com a denúncia, para o funcionamento da quadrilha eram usados celulares, e mesmo dentro do presídio, em apenas três anos, Leonardo teria trocado 50 vezes de aparelho.