O professor Américo José dos Santos Reis, da Universidade Federal de Goiás (UFG) teve sua demissão publicada no Diário Oficial na quinta-feira da última semana (14/6). Américo estava envolvido em casos de assédio sexual e foi afastado em janeiro deste ano.
Américo que tem graduação e mestrado, trabalhava no campus de Jataí, interior do Estado de Goiás e dava aulas para o curso de Agronomia. O professor que realizou doutorado na USP tinha como área o melhoramento genético de plantas.
Segundo a vítima, o caso aconteceu em dezembro de 2016, entretanto, ele foi denunciado em abril de 2017, após a vítima passar por um tratamento psicológico. Essa foi a primeira demissão por assédio de que se tem registro na história da instituição.
Conforme depoimento da vítima, o abuso sexual ocorreu em um apartamento da capital, onde eles estavam hospedados para participar de um congresso. Segundo o relato, a estudante estava dormindo e acordou em decorrência do ato.
Antecedentes
Nos últimos anos, o número de denúncias de assédio sexual tem aumentado na UFG. Além das denúncias feitas contra o professor Rogério Elias Rabelo, da Regional Jataí, outros professores também tem sido denunciados em todas as regionais. No ano de 2012, quatro estudantes da pós-graduação, após sucessivos assédios do referido professor se juntaram e denunciaram o caso à universidade.
Foi realizado um processo administrativo que comprovou (por meio de provas) os assédios. Assim, por indicação da comissão do processo administrativo a reitoria decidiu pela demissão do acusado.
A UFG instituiu em 2017 uma Comissão Permanente para Acompanhamento de Denúncias e de Processos Administrativos relacionados às questões de assedio moral, sexual e preconceitos. A medida veio com a série de denúncias que ocorreram no período, que resultaram em intervenção do MPF.
A UFG adotou então procedimentos específicos de escuta especializada para vítimas de violência sexual, tornando-se a primeira no Brasil. As denúncias rompem com anos de silenciamento e foi possível porque meninas/mulheres criaram forças e se mobilizaram para cessar anos de impunidade.