Dois vídeos que chegaram anonimamente para o delegado da Delegacia de Inhumas, Miguel da Mota Leite Filho, mostram um detento sendo espancado por colegas de cela na Unidade Prisional de Inhumas.
O homem é amarrado e agredido com ponta-pés. Um dos presos coloca uma bola de pano em sua boca. “Ele é matador de velhinha”, diz um preso. Depois, com as mãos amarradas para trás, é agredido com algo que parece com um cinto nas nádegas.
O delegado, junto com dois promotores, visitou o local para averiguar o ocorrido.
Com a confirmação o delegado informou que irá instaurar um inquérito por tortura. O promotor Maurício Gebrim recomendou ao diretor do presídio para que solicite à autoridade penitenciária superior a transferência do preso torturado para outra unidade, enquanto que o promotor Mário Caixeta comunicou o ocorrido ao juiz responsável pelo processo do preso.
Além disso, Gebrim reforçou mais uma vez o pedido de interdição da cadeia o qual já havia solicitado por meio de Ação Civil Pública realizada há quatro anos, a qual não apresenta condições para que os detentos cumpram pena. “Para se ter uma ideia, a cadeia comporta quarenta reeducandos e hoje tem 151 presos”, finalizou.
O preso foi examinado por um médico e encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Inhumas para tratamento.
NOTA-DGAP
“A propósito da agressão sofrida pelo preso Paulo Henrique Ribeiro na unidade prisional de Inhumas, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informa o que se segue:
– Na quarta-feira (07/06), por volta das 18h00, a mãe do preso esteve na unidade com diversos materiais (colchão, roupas, sabonete etc), sob a alegação de que o filho havia ligado e feito o pedido dos produtos;
– De posse da informação, a equipe de plantão foi até a cela e confiscou o celular utilizado pelo preso para falar com a mãe;
– Por volta das 10h30 desta quinta-feira (07/06), ao ser retirado da cela para ser ouvido em procedimento administrativo disciplinar, os agentes perceberam que o preso estava bastante machucado;
– O preso recebeu atendimento médico imediato, visto que o médico que atende na unidade estava no local;
– O Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope) foi acionado para executar operação de revista geral na unidade;
– Logo em seguida, os promotores Maurício Gebrim e Mário Caixeta, e o delegado Miguel da Mota Leite Filho chegaram ao com a informação de que haviam recebido um vídeo onde os presos da cela 4 torturavam a vítima;
– Tão logo tomou conhecimento dos fatos, a DGAP determinou o afastamento dos servidores que estavam de plantão no horário da ocorrência, e também a abertura de procedimento administrativo disciplinar para apura as circunstâncias do caso;
– Determinou, ainda, a transferência dos agressores para o Núcleo de Custódia, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia;
– A vítima também será transferida para outra unidade prisional.
Diretoria-Geral de Administração Penitenciária”