O único adolescente que conseguiu sobreviver ao incêndio que atingiu o alojamento 1 da ala “A” do Centro de Internação Provisória (CIP), instalado nas dependências do 7° Batalhão da PM na última sexta-feira (25/5), teve melhoras e passa por cirurgia de amputação do braço esquerdo ainda esta semana.
Em um primeiro diagnóstico, o jovem de 15 anos poderia perder as pernas e os braços. Mas nas últimas 24 horas, o quadro de saúde apresentou melhoras. O menino passou a urinar e a se alimentar por sonda.
“A perna esquerda comprometida ficou avermelhada. O médico disse que é um sinal de vida. Do milagre de Deus”, contou o tio do menino, Ronivon Cardoso, de 46 anos. “Vão fazer enxerto”, complementa.
Nos próximos dias, além da amputação, o adolescente deve passar por cirurgia para colocar uma traqueostomia. “Meu neto é um milagre”, comemora a avó, Conceição Cardoso da Silva, de 70.
Ela foi levada para o hospital por duas mulheres que se sensibilizaram com a sua história contada com exclusividade pela reportagem do Dia Online. “Elas ainda trouxeram uma cesta com alimentação. A gente realmente não tinha nada em casa, nem dinheiro para a passagem”, disse, emocionada, a avó que criou o menino desde bebê.
A prioridade da família, agora, é levar o jovem para casa com vida. Mas não conseguem esquecer do jovem tocando hinos em um violino na igreja. “Para onde ele ia, o violino ia junto”, lembra Ronivon.
“Ele é um bom menino e não conseguimos entender as críticas das pessoas nas redes sociais. Depois dessa tragédia aprendi a respeitar mais”, diz sobre comentários em reportagens publicadas desde o dia da tragédia.
O caso
Um incêndio provocado, segundo o Estado de Goiás, por menores infratores em um alojamento dentro do 7º Batalhão da Polícia Militar, no Jardim Europa, na capital, deixou pelo menos nove mortos e o menino ferido na sexta-feira (25).