Com atividades desde o mês de agosto, a Vila Cultural Cora Coralina, no Centro de Goiânia, recebe a partir desta quinta-feira (16/9) mais duas exposições, que serão simultâneas. Assim, ambas fazem parte da retomada cultural do Estado de Goiás, promovida pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult Goiás).
Com participação de 11 artistas goianos de diferentes gerações, a exposição coletiva “Amparo a Astral – Goiás” irá ocupar a sala “Antônio Poteiro”. Assim, terá 12 obras de pequeno, médio e grande porte, entre gravuras, pinturas, desenhos e colagens. Além disso, simultaneamente, na sala ao lado, “Sebastião Barbosa”, serão expostas cinco obras em homenagem a mulheres pretas goianienses, do artista Alex Katira.
Ambas as exposições são uma realização em parceria do Governo de Goiás, através da Secult Goiás, e da prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas. Dessa forma, possuem entrada gratuita, com as obras podendo ser visitadas pelo público até o dia 1º de outubro, das 9h às 17h. É preciso realizar agendamento pelo e-mail ou pelo telefone (62) 3201-9863.
Segundo o coordenador da Vila Cultural Cora Coralina e curador das mostras, Gilmar Camilo, coube a Vila, dentro do projeto de ocupação artística do espaço, a função de divulgar e promover as exposições que contam com trabalhos expressivos e significativos assinados por artistas goianos de significativa relevância.
Mais sobre as exposições na Vila Cultural Cora Coralina
O acervo da mostra “Amparo a Astral – Goiás” pertence à Associação de Travestis, Transsexuais e Transgêneros de Goiás (Astral/GO), com sede em Goiânia. Dessa forma, é foi montado através de doações espontâneas feitas por artistas como Ana Carolina Cruz, Andréia Santana, Diogo Rustoff, Lauro Gontijo e Isabella Brito. Ademais, Malaquias Belo, Mateus Dutra, Marcelo Solá, Nancy de Melo, Sandro Torres e Wander Von Wander. As doações foram feitas por meio de editais da Lei Aldir Blanc.
Toda a renda obtida a partir da venda das obras expostas será revertida a programas, projetos, ações e trabalhos desenvolvidos pela Astral. A comercialização das obras deve ser realizada diretamente com a organização.
Desde sua fundação, em 2000, a instituição desenvolve um trabalho sistêmico em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS) de prevenção e assistência a mulheres em situação de vulnerabilidade. Atualmente, a organização é a única a tratar abertamente sobre questões ligadas ao tráfico de pessoas e a prostituição, bem como realiza projetos com mulheres travestis e transexuais.
Segundo a presidente da Astral, Beth Fernandes, a instituição vive hoje a expectativa de ver expostas na Vila Cultural obras doadas por artistas goianos. Segundo ela, isso fortalece uma rede de apoio a projetos voltados para áreas dos direitos humanos e minorias.
“A visita à Vila Cultural nesta exposição de quadros doados à Astral vai além de saborear a cultura e a arte, vai ao encontro da luta dos movimentos sociais em Goiás”, declarou a presidente.
Pela primeira vez promovendo uma exposição solo na Vila Cultural, Alex Katira apresenta a mostra “Kieza: de onde eu venho”. A iniciativa é uma homenagem às mulheres pretas goianienses, composta por cinco retratos de grandes personalidades da cidade, como Valéria da Congada e Naya Violeta. Além disso, há um vídeo com depoimentos das mulheres retratadas.