Por Elaine Leme
“Nós não inventamos o carnaval, mas de certa maneira, o carnaval inventou esse Brasil possível, esse Brasil que almejamos dentro de uma perspectiva profundamente democrática”, bradou o historiador Luiz Antonio Simas sobre a maior manifestação cultural do nosso país.
Mas será que o carnaval é apenas uma festa de folia? Para muitos, sim. Existem aqueles que esperam ansiosamente pela chegada do feriado para curtir a festa, mas há também quem prefira a tranquilidade, longe das multidões e do barulho.
“O ideal é construir um projeto de lei, uma união orgânica que equalize o Carnaval para a cidade, garantindo direitos para todos, tanto para quem gosta quanto para quem não gosta”, afirma o coordenador do Coletivo Fórum de Blocos de São Paulo e Diretor do Bloco Me Lembra Que Eu Vou, José Cury.
Para ele, a regulamentação do evento em São Paulo ajudaria a resolver desafios que vão além da logística, passando por questões políticas, comerciais e até pelo impacto social da festa.
Neste ano, entre 22 de fevereiro (pré-carnaval), carnaval (1º a 4 de março) e pós-carnaval (9 de março), a cidade contará com 767 blocos e 860 desfiles – um número recorde, de acordo com a Prefeitura de São Paulo. Para contextualizar, em comparação com os números de anos anteriores, em 2015 a cidade contou com pouco mais de 300 blocos.
Para Cury, que é carnavalista desde criança, o crescimento do carnaval na cidade é um reflexo do trabalho conjunto de todos os envolvidos.
“Estamos vendo o Carnaval de São Paulo crescer, tentando sempre acomodar a todos, até mesmo aqueles que não são fãs dessa folia. Mas ainda há desafios: precisamos equilibrar o impacto da festa na cidade, evitar a mercantilização excessiva e garantir que os blocos menores e independentes tenham espaço, sem ficarem à mercê das grandes marcas.”
A crítica de Cury faz sentido. Com o crescimento da festa, a busca por patrocínios tornou-se intensa, e hoje há blocos que surgem estruturados para vender cotas de patrocínio antes mesmo de formarem uma comunidade de foliões. Além disso, a gestão pública enfrenta dificuldades em manter o controle da festa, e muitas decisões são tomadas sem diálogo com os coletivos que fazem o Carnaval de rua acontecer.
Custos do Carnaval em São Paulo
A organização do Carnaval 2025 em São Paulo vai custar R$ 63,5 milhões à Prefeitura, segundo os contratos publicados no Diário Oficial da cidade.
Neste ano, a gestão municipal voltou a contratar a SPTuris – empresa estatal do próprio município – para organizar o carnaval de rua na capital paulista, pelo valor de R$ 42,5 milhões. Outros R$ 21 milhões serão gastos nos desfiles das escolas de samba.
Para que um bloco de rua desfile em São Paulo, é necessário obter a autorização com base em um plano de segurança detalhado, garantir o licenciamento adequado, incluindo alvará de funcionamento, e assegurar a acessibilidade para todos os participantes.
Além disso, os blocos devem respeitar horários, locais e limites de volume do som, além de organizar a limpeza pós-evento. Também é importante assegurar que o evento não cause impactos ambientais ou transtornos à vizinhança.
Entre as medidas, é obrigatório fornecer banheiros químicos em quantidade suficiente para o número de foliões, além da presença de bombeiros e equipe de saúde, especialmente durante a onda de calor que atinge São Paulo, com temperaturas que chegam a 35°C.
Para os foliões, é fundamental tomar alguns cuidados para curtir ainda mais a festa:
- Beber bastante água, pois bebidas alcoólicas não hidratam. É importante levar uma garrafinha reutilizável e aproveitar os pontos de distribuição de água nos blocos.
- O sol forte pode causar queimaduras e insolação. Por isso, aplicar protetor solar antes de sair de casa e reaplicar ao longo do dia é lei!
- Infelizmente, furtos são comuns em grandes aglomerações. Se precisar levar o celular, doleiras ou pochetes próximas ao corpo são uma boa pedida, e claro, evitar mexer no aparelho em locais lotados.
- Priorizar tênis para evitar machucados nos pés, além de roupas confortáveis.
- O sinal de celular pode falhar, então ter um local pré-definido como ponto de encontro pode evitar que alguém fique sozinho.
- Sempre comprar bebidas em locais confiáveis para evitar adulterações.
- Para ajudar a manter a cidade limpa, utilizar banheiros químicos e descartar o lixo corretamente são ótimas contribuições.
Segundo a Prefeitura de São Paulo informou ao Aproveite a Cidade, diferentes circuitos foram organizados em todas as regiões da cidade para receber os foliões.
Para chegar aos blocos, a recomendação é usar transporte público, como metrô e ônibus, já que muitas ruas estarão bloqueadas para a passagem dos trios. Táxis e aplicativos de transporte também são opções, mas é importante verificar pontos de embarque e desembarque para evitar transtornos.
Com planejamento e atenção, o Carnaval pode ser uma experiência incrível e segura para todos. Agora é só vestir a fantasia, escolher seu bloco favorito e cair na folia!
O Aproveite a Cidade listou alguns dos blocos para você curtir a folia no pré e durante o Carnaval
Pré-Carnaval
Sábado (22/2)
Saída: 9h
Local: Largo da Matriz – Freguesia do Ó
Sábado (22/2)
Concentração: 13h
Saída: 14h
Local: Av. Faria Lima com a Av. JK
Domingo (23/2)
Concentração: 13h
Saída: 14h
Local: esquina da Avenida Paulista com a Rua da Consolação
Domingo (23/2)
Concentração: 14h
Desfile: 15h
Local: Parque Ibirapuera
– Carnaval
Sábado (1/3)
Concentração 9h
Desfile: 11h
Local: Avenida Ipiranga, Praça da República, Avenida São Luís, Rua da Consolação, Rua Cel. Xavier de Toledo e terminará no Theatro Municipal (Praça Ramos de Azevedo).
Domingo (2/3)
Concentração: 12h
Desfile: 13h
Local: Av. Lineu de Paula Machado, 1263, (atrás do Jockey Clube) seguindo reto até a altura do portão 6
Segunda-feira (3/3)
Concentração: 9h
Desfile: 10h
Local: Rua Henrique Schaumann
Segunda-feira (3/3)
Concentração: 10h
Desfile: 14h
Local: Rua Treze de Maio, 518 – Bela Vista
Terça-feira (4/3)
Concentração: 12h
Local: Rua Monte Alegre, 1094 – Perdizes
Desfile (4/3)
Concentração: 11h
Local: Av. Paulo VI, na Praça Marcia Alberti Mammana – Sumaré
