A Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás), promove, no dia 8 de outubro, às 17h, a primeira reunião virtual com os participantes das Cavalhadas de Goiás. Neste ano, em razão da pandemia do coronavírus (Covid-19), a tradicional festa popular do Estado não foi realizada. Em Pirenópolis, isto significou um rompimento de 200 anos de tradição. A expectativa é que em 2021 as festas aconteçam em diversas cidades do estado.
O encontro será coordenado pelas superintendências de Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico, e de Fomento e Incentivo à Cultura, da Secult. Além disso, haverá participação o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), seção Goiás. Ademais, representantes dos Detentores das Cavalhadas, pessoas diretamente ligadas ao processo de realização da festividade.
O objetivo da iniciativa é apresentar o processo administrativo de Registro das Cavalhadas como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil junto ao Estado de Goiás e ao Iphan. A medida foi pleiteada em 2019 pelo governador Ronaldo Caiado e está em fase de instrução.
Outro tema da reunião é o fortalecimento da festa. Assim, a ideia é envolver a comunidade dos 11 municípios proponentes (Corumbá de Goiás, Crixás, Hidrolina, Jaraguá, Palmeiras de Goiás, Pilar de Goiás, Pirenópolis, Posse, Santa Cruz de Goiás, Santa Terezinha de Goiás e São Francisco de Goiás) no contexto da pandemia. Além disso, serão discutidas estratégias de ampliação da participação da comunidade, bem como a definição do calendário virtual para as próximas reuniões.
As Cavalhadas de Goiás
As Cavalhadas são celebrações que ocorrem há mais de 200 anos em Goiás. Elas são inspiradas nas tradições de Portugal e da Espanha na Idade Média. Em Goiás, o primeiro registro é de 1751, no município de Santa Luzia (hoje Luziânia). A festa une religiosidade e fé, cultura, turismo, economia e valorização do patrimônio imaterial do Estado. Dessa forma, mobiliza os moradores locais e visitantes, revivendo uma tradição histórica em todo o Estado.
As Cavalhadas são uma representação das batalhas entre cristãos e mouros que ocorreram durante a ocupação moura na Península Ibérica (século IX a século XV). São dois exércitos com 12 cavaleiros cada, que se apresentam durante três dias, encenando a luta com diversos ornamentos e coreografias. Junto a esta manifestação, encontra-se a presença dos Mascarados, personagens incontáveis que se vestem com máscaras e saem às ruas, a cavalo ou a pé, fazendo algazarras.
Entre uma região e outra, pequenas mudanças são percebidas nas Cavalhadas, porém, mantém-se sempre a tradição e regra, sendo um evento que ocorre logo após os festejos do Divino Espírito Santo.